30.5.14

 

O artigo deste mês, Luto.

Por momentos estremeci…

Como vou eu escrever sobre um assunto que lembra momentos de que todos nós fugimos… De que não queremos falar e muito menos atrair.

E assim andei uns dias...

A pensar por onde começar...

E após mais um workshop "Soul Illumination" a inspiração nasceu percebendo que o medo de enfrentar este fantasma interior deu lugar a uma grande oportunidade de me libertar e aceitar que o luto é real e deve ser ultrapassado com compreensão do que realmente é viver...

Luto, palavra criada pelo Homem para definir momentos pós-morte ou divórcio.

Não posso expor a minha experiência de um luto sofrido como a perda de um filho, pois todos os meus lutos foram de ordem natural, como a partida dos meus avós, mais fáceis de aceitar e ultrapassar... Mas sim posso falar sobre o divórcio, um tipo de luto doloroso, pelo menos foi essa a minha experiência. Inicialmente parece que vai ser fácil pois já não era mais possível viver em tais circunstâncias envolvidas em discussões cada vez mais penosas para todos os envolvidos, incluídas 2 crianças. E é tomada então a decisão de finalizar uma relação de 18 anos sem sabermos muito bem o que temos pela frente, pois no momento só queremos acabar com aquele “inferno”.

A primeira comunicação é feita aos filhos, primeiro confronto.

A segunda à família, acabam por sofrer mais que o casal. As perguntas do porquê instalam-se, É mesmo isso que querem? Não procuraram ajuda psicológica? E os meninos? Tu estás desempregada, como vai ser? E muitas mais surgem e começam as primeiras dúvidas depois da certeza. Será que estou a fazer bem? Deveríamos dar-nos outra oportunidade? Os meninos vão sofrer assim tanto?... E é aqui que a força tem que surgir, é aqui que temos que pensar por nós e não pelo que está formatado socialmente. Esta é a aprendizagem, irmos em frente com a nossa decisão quando temos o “mundo” contra nós, vermos, sentirmos por nós próprios que esta é a nossa experiência, que é assim que crescemos, enfrentando o que muitos não têm coragem para fazer.

O trabalho de desapego não é fácil, é doloroso, é sangrante, corrói, destrói. Vermos os nossos filhos a passarem férias com outra mulher, a viverem momentos em família sem a mãe por perto, a falarem de experiências novas que tiveram com o pai e a namorada e nós que sempre estivemos por perto, que assistimos ao primeiro sorriso, que lhes demos a primeira sopa, que ouvimos a primeira palavra, que protegemos os primeiros passos, que ditamos as primeiras cópias, que ajudamos a perceber quando se confrontam com o primeiro Amor, temos agora que partilhar as suas vidas com outra pessoa. No início o confronto é brutal, mas logo logo o nosso coração nos faz perceber que o importante é a felicidade deles, independentemente da minha presença constante nas suas vidas. E esta é a nossa grande ferramenta, o verdadeiro Amor! Abrir o coração e perceber que os filhos não são nossa propriedade, mas sim nossa responsabilidade em ajudá-los a crescer, longe de baixas emoções como o ciúme, raiva, apego... E desta forma o luto de um divórcio torna-se uma oportunidade de evolução e crescimento da nossa Alma e de todas as Almas envolvidas no processo... E com esta postura ensinamos a todos que é possível enfrentar o fantasma de que tantos fogem, pois as baixas emoções e os preconceitos da sociedade não nos permitem ser livres e muito menos viver.

Viver é igual a aprender, encontrar os mecanismos de compreensão para enfrentar o que nos está a fazer sofrer é a nossa força em ação.

Quando optamos por nos esconder atrás de ilusões, vivermos sempre na linha do conforto e não termos a coragem de ver o que está do lado de lá chama-se de cobardia.

 

Viver é estarmos disponíveis para o mais nobre trabalho, sempre ao serviço de Deus.

Assumiremos desta forma a oportunidade de viver com felicidade e paz em tudo que nos rodeia.

 

Joana Pereira

 

Link deste ArtigoPor Mil Razões..., às 06:00  Comentar

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