Foto: Driving - Jake Heckey
Nada é o que aparenta ser. Há sempre o reverso, a perspetiva contrária ou o outro lado da história.
Nem nós somos consensuais. Geramos impressões e opiniões díspares, multiplicando-nos pelos contextos e papéis assumidos. É assim que nos interligamos com o mundo e as suas diversas faces. E todos apreendemos a realidade através da subjetividade dos sentidos e dos significados atribuídos, construindo assim um quotidiano entre o preto e o branco.
Presos às conceções que ganham raízes, tornamo-nos incapazes de ver mais além, de encarar o outro e as (suas) circunstâncias, de buscar a verdade por detrás das magras aparências. Limitamo-nos à passividade, amealhando, sem contestar, tudo o que nos chega.
Mas há muito mais para além disso. Há que romper com esta falsa transparência, que se assume como janela para o interior do outro ou mesmo da verdade e afinal não é mais de que um espelho de nós mesmos e da nossa visão do mundo, não como ele é, mas como pensamos que seja.
Sara Silva