Foto: Relaxation In Nature – George Hodan
Às vezes sonho… acordada…
Não é bem um sonho porque não tem um princípio, um meio e um fim. É mais… uma realidade paralela…
Pode não se ver, não ser palpável, mas existe. Está ali, eu sinto-a. E preciso dela. Porque lá eu vivo intensamente! Porque lá eu posso ser eu, mas um eu alternativo. Nem melhor, nem pior, apenas diferente. Ou até o oposto de mim, mas eu.
E quando mergulho nesta dimensão que só eu conheço, choro, rio, concretizo, repouso… escondo-me dos monstros que teimam em assombrar a outra realidade (a verdadeira).
E no “regresso” sinto-me mais forte, quase feliz! Assim, torna-se mais fácil, tolerável, aceitável.
Se sou louca? Não. Tenho plena consciência daquilo que estou a fazer. Simplesmente decidi viver assim: uma vida dupla, mas em que nunca vou correr o risco de ser descoberta, como aqueles homens que têm duas mulheres e um dia são apanhados por causa de um telefonema ou de um bilhete no bolso do casaco.
E é apenas uma questão de controlar a dosagem: para uma dor ligeira, 10 minutos de realidade paralela; para dores intensas ou crónicas, doses ilimitadas 3 vezes ao dia.
E resulta mesmo! O apogeu do tratamento placebo, à distância de um pensamento. Sem efeitos secundários.
Sandrapep