Foto: People - TréVoy Kelly
Há sempre um ponto de partida e de chegada. Dia a dia. De mês a mês. Ao longo de vários anos.
Toda a existência é feita de estações, transportando memórias e impactos. Das pessoas que vêm e permanecem, das que saem sem enunciar o adeus, das que expulsamos por vontade própria ou até das que entram de rompante, conquistando um teimoso lugar. Elas vêm com as suas próprias bagagens, a par da mercadoria preciosa que se enche e preenche de relatos, vivências e marcas.
É nesta relação simbiótica conjunta que prosseguimos viagem, abarcando as flutuações inevitáveis dos seres e bens que alternam quantitativamente ao longo do caminho, deixando apenas espaço para a saudade.
O que é certo, é que nada do que está fica. Não na escala do tempo que nos ultrapassa. Pouco a pouco os vazios agigantam-se e contemplamos, de forma cada vez mais próxima, o nosso destino.
E que mais se pode dizer face a isto se não que é uma aventura num imenso transporte coletivo que todos acolhe e abrange, não requerendo assinatura mensal.
Pagamos apenas em sorrisos, lágrimas, abraços, amuos... O que de outra forma não teria preço.
E de estação em estação partimos, recheando o saldo memorável (que não bancário), até ao derradeiro ponto de chegada.
Sara Silva