10.9.10

 

Hoje, 10 de Setembro, é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

 

Para este ano de 2010 a IASP (International Association for Suicide Prevention / Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio), escolheu como lema "Muitas Faces, Muitos Lugares: Prevenção do Suicídio ao Redor do Mundo" e alerta-nos para a realidade de cerca de um milhão de suicídios em cada ano, para a taxa global de mortalidade por suicídio de 16 por cada 100 mil pessoas, ou seja, um suicídio em cada 40 segundos.

 

Nem todos os suicídios podem ser evitados, mas a sua maioria pode. Um factor importante na prevenção é o acesso aos meios de suicídio, que deve ser dificultado, por exemplo controlando o acesso a armas de fogo e à aquisição de fármacos, bem como a criação de barreiras que impeçam a precipitação de sítios altos. É necessário que as comunidades desenvolvam e implementem programas de prevenção do suicídio. É muito importante que a comunicação social saiba que ao noticiar um suicídio poderá estar a induzir outros, pelo que sempre que o fizer deverá informar onde pode ser obtida ajuda, por exemplo, nos serviços de apoio emocional (ver lista na coluna da direita).

 

A ISAP propõe para este ano, uma actividade na qual todos podem participar: "Acenda uma vela no Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, à 20 horas". A ideia é a de acender uma vela, junto a uma janela, às 8 da noite, para mostrar apoio à prevenção do suicídio, para recordar um ente querido e pelos sobreviventes de tentativas de suicídio.

 

Mil Razões...

 

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Link deste ArtigoPor Mil Razões..., às 11:00  Comentar

8.11.09


 


A propósito das Jornadas:

 

Mais uma vez, o Mil Razões… concedeu-nos um dia repleto de especialistas que partilharam o seu saber e experiência, tendo por mote essa temática tão pertinente que é o suicídio.

Desde a doença física à doença psiquiátrica, ao sofrimento dos que se encontram privados da liberdade, aos que se encontram na última etapa da sua vida, até à forma como a comunicação social faz notícia deste acontecimento trágico, foram diversificadas as abordagens, sem nunca esquecer o ser humano como um ser pleno e multidisciplinar.

Como vem sendo apanágio destes simpósios, o evento não terminou sem antes assistirmos à visão humorística do tema, através da participação especial, em vídeo, do Jorge Mourato.

Foi assim passado o dia nesse acolhedor espaço da Biblioteca Municipal Almeida Garrett, inserida no belíssimo jardim do Palácio de Cristal. Foi, certamente, um momento enriquecedor para todos quantos nele participaram. E foram muitos, pois mais uma vez estiveram totalmente preenchidos os lugares disponíveis.

Ao Mil Razões…, pela forma séria e eficiente como tem promovido estes momentos científicos, só posso dar os parabéns e desejar que continuem a promover dias como este. Até ao próximo!

 

Ana Santos

 

  

 

Gostei de ver aquela sala cheia e de constatar que há pessoas interessadas em saber mais, logo, potencialmente em terem um papel mais activo, sobre algo de que pouco se fala mas que existe, que quando acontece é trágico e que, espera-se, estando nós mais informados, poderemos ajudar melhor a prevenir.

 

Ana Álvares

 

 

 


Acabo de chegar das 2as Jornadas sobre Prevenção do Suicídio.

Feliz por ter sido um sucesso em todos os sentidos: casa cheia de gente curiosa e interessada nestes temas de saúde mental, e oradores experientes com partilhas importantes e interessantes.

Obrigada Mil Razões… por permitir a exploração e divulgação destes temas!

Uma vida é um tesouro... se conseguirmos dar alento, apoio, compreensão a alguém, terá sido uma grande vitória!

 

Ana Lua


 

 

 

Estas são algumas das opiniões a propósito do simpósio que o Mil Razões… organizou com o fim último de prevenir o suicídio.

Com a firme convicção de que conhecer é prevenir, esta foi mais uma oportunidade de aumentarmos os nossos conhecimentos com os que lidam com esta temática e que quiseram, graciosamente, dispor do seu tempo para partilharem os seus conhecimentos e as suas experiências. Refiro-me obviamente aos palestrantes e é para eles que vai o nosso primeiro agradecimento.

Os interessados em ouvi-los foram muitos e o sucesso do evento deve-se também à numerosa assistência. Obrigada por terem aderido.

E claro, aos Voluntários que se envolveram na organização, o reconhecimento de todos nós.

 

 

 

Sobre os conteúdos:

 

  

 

O Professor Doutor António Leuschner deu início às Jornadas relevando a importância deste tipo de iniciativas e encorajando a que outras mais ocorram.

 


 

Preocupante foi percebermos quão difícil é mantermo-nos em equilíbrio, que ténue e estreita é a linha que separa as zonas do défice e do excesso funcional. Rapidamente se passa da tristeza à exuberância, do apego ao desapego, alterações que ocorrem, a maior parte das vezes, sem que saibamos explicá-las.

 

 

 

Curiosa é a também a interacção funcional entre os nossos órgãos internos, uns dão, outros recebem energia, mas todos trabalham para que nos sintamos bem e em equilíbrio, à semelhança do que acontece na natureza e com os seus elementos: a madeira, o fogo, a terra, etc..

 


 

Mesmo crendo que esta filosofia de vida teve as suas origens na China, o que a Dr.ª Paula Fernandes e o Enfermeiro Augusto Nascimento quiseram transmitir-nos, é que é comum a todos os homens.

 

 

 

Menos exotérico foi o Mestre Nuno Moreira, mostrando-nos uma realidade tantas vezes ignorada de tão inconveniente: as elevadas taxas de suicídio na população reclusa. A vulnerabilidade do indivíduo, o stress e a falta de coping são alguns dos factores que contribuem para os números. Esta intervenção não se limitou a retratar a realidade prisional e deu-nos a conhecer o protocolo preventivo. A prevenção do suicídio em ambiente prisional passa pelo staff e a informação obviamente partilhada, mas também pelo acompanhamento do recluso e, muito importante, pela arquitectura e pelas condições do alojamento.

 


 

O Dr. Bessa Peixoto “desembrulhou” para nós, com clareza e pormenor, a temática do suicídio:

-     O suicídio enquanto doença psiquiátrica;

-     O comportamento do suicida;

-     Factores potenciadores de suicídio

-     População de maior risco de suicídio

-     Características pessoais potenciadoras de suicídio.

 

  

 

Contamos com a experiência do jornalista Joaquim Letria para falar sobre a importância da comunicação social na abordagem que faz ao suicídio. E ele falou. No jornalismo, existem 188 códigos deontológicos a nível mundial, mas apenas 13 falam de suicídio. O Instituto Australiano define que só deve ser noticiado se for do interesse público e evitando os pormenores.

 


 

Historicamente, o suicídio já foi considerado crime e em Portugal era tanto assim, que os órgãos de comunicação social não podiam dar notícias deste acto; valia-se a comunicação social de figuras de estilo que alguns de nós ainda recordam, tais como: “morreu vítima de um acto tresloucado”. Mas de uma forma discreta, quase a tocar o proibido, passaram as notícias a ser dadas com tanta descrição que pode ter efeitos indesejáveis.

 


 

Depois do almoço no restaurante do Palácio de Cristal, onde todos pudemos confraternizar, o jornalista da RTP, João Ramos, moderador do Painel da Tarde, deu a palavra à Procuradora Joana Marques Vidal. A violência familiar, não estando ignorada na nossa sociedade, nunca é demais trazer a público.

 

 

 

O Professor Doutor Duarte Nuno Vieira, com muito humor, arrancando gargalhadas à assistência, deixou-nos a consciência de que nem tudo o que parece é. A autópsia e a análise do local revelam, não raras vezes, que afinal o que parecia ser acidente é homicídio e o que parecia ser homicídio é suicídio. As imagens violentas que desfilavam no ecrã contrastavam com o sentido de humor e a leveza que o palestrante punha no seu discurso, a ponto de o horrível parecer cómico.

 

 

 

O Professor Doutor Carlos Poiares iniciou a sua dissertação referindo que coesão social e suicídio tendem para sinais opostos - menos coesão social mais suicídios.

A incapacidade dos idosos, e a falta de alternativas e de respostas institucionais aquietam os idosos a violências que não são compreensíveis nem aceitáveis.

 

 

 

Finalmente, e como sempre, as Jornadas terminaram com uma nota de boa disposição, desta feita um filme oferecido pelo actor Jorge Mourato.

 

Nunca é demais mostrar o nosso reconhecimento a todos. Reencontrar-nos-emos brevemente.

 

Cidália Carvalho

 
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