
Hoje, é o Dia Mundial da Saúde Mental.
Para este ano o tema escolhido pela Federação Mundial para a Saúde Mental é: Saúde Mental e Doença Física Crónica / A Necessidade de Cuidados Continuados e Integrados.
Mil Razões...
Hoje, é o Dia Mundial da Saúde Mental.
Para este ano o tema escolhido pela Federação Mundial para a Saúde Mental é: Saúde Mental e Doença Física Crónica / A Necessidade de Cuidados Continuados e Integrados.
Mil Razões...
Os resultados do estudo (mais um), feito por uma equipa sueca, eram esclarecedores.
Dei por mim a acenar com a cabeça para cima e para baixo em sinal de concordância com este triste resultado.
O universo eram 3000 trabalhadores, homens, na faixa etária entre os 18 e os 70 anos e num período de 10 anos.
O estudo tinha um duplo objectivo: 1.º avaliar a competência e o carácter de quem geria o seu trabalho, vulgo, chefes; 2.º os efeitos no comportamento e na saúde desses trabalhadores.
Revelou o estudo que existia uma relação directa entre os problemas cardíacos graves, e os maus chefes.
Uma chefia incompetente é um factor de risco com mais peso nas doenças de coração do que o tabaco, ou a falta de exercício.
Que chefes temos?
Que chefes queremos?
A falta de saúde económica actual, transversal a todos os sectores desde o produtivo ao financeiro, deixará pouca margem para que os cargos de chefia sejam exercido com os aspectos básicos e fundamentais: competência, profissionalismos e bom senso.
Os lugares são cada vez mais escassos e não se podem dar ao luxo de os perderem. Estabelecem como prioridade número um o cumprimento dos objectivos impostos.
Estes objectivos, estabelecidos a contar com o ritmo alucinante de trabalho dos empregados, arranhando muitas vezes a sua saúde fisica e mental, ignoram uma verdade absoluta: maior satisfação no trabalho, maior produtividade.
Trabalhadores descontentes, desvalorizados e injustiçados, entram em stress, passam por estados de hipertensão, culminando, não raras vezes, nas baixas sucessivas e prolongadas.
Compete às estruturas definir objectivos exequíveis com um sadio ritmo de trabalho, concessão de regalias facilitadoras das condições de vida dos trabalhadores e limpeza dos departamentos e direcções, dos chefes incompetentes.
Talvez assim, a máxima,"o trabalho dá saúde" volte a ser verdade.
Cidália Carvalho
O Destak e a Lusa publicaram hoje uma peça sobre o sorriso dos portugueses. Diz que, comprovadamente, o sorriso dos portugueses vem a diminuir desde 2003.
Com falta de sorriso, e de riso, como estará o siso dos portugueses?
Como estará a nossa saúde emocional e mental?
FCC
Margaret Chan, directora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), alertou hoje para um possível aumento das incidências do suicídio e das doenças mentais, em consequência da crise finaceira mundial e dos seus efeitos aos níveis económico e social, noticiava o Diário Digital.
Também hoje, o responsável pelo serviço de psiquiatria do Hospital de Gaia, Jorge Bouças, dava nota, ao mesmo jornal, de um aumento no número de consultas, fruto da crise social que se vive em Portugal.
Sensíveis ao problema financeiro, os políticos procuram medidas para tentar evitar o pior para as economias. Porém, parecem não ter a mesma sensibilidade para as dramáticas implicações sociais da crise, a qual afecta de forma dramática a vida das populações, com enormes reflexos na sua saúde mental.
Conseguirão os profissionais da saúde mental alertar o Governo para essa consequência? Conseguirão pressioná-lo para que medidas preventivas sejam tomadas?
FCC
A propósito do Dia Mundial da Saúde Mental, que se comemorará no próximo dia 10 de Outubro, a Federação Mundial para a Saúde Mental (WFMH) decidiu publicar um folhetim onde pretende alertar a comunidade civil para o flagelo que é a doença mental, referindo que esta afectará directamente cerca de 12% da população mundial.
Quem vir este número de relance pode considerar que 12% da população mundial nem é um valor muito alto, no entanto, não podemos esquecer que a esta percentagem de doentes mentais, não corresponde igual percentagem de meios de prevenção, tratamento e acompanhamento.
A juntar a este facto, existe também a "marca" pesada de se ser doente mental, quase como se este fosse uma pessoa menos nobre ou digna do que uma qualquer pessoa com uma doença cardiovascular ou oncológica.
Um dos pontos chaves desta publicação da WFMH é imputar a responsabilidade pela melhoria das condições dos serviços de saúde mental, não nos responsáveis politicos ou nos governos, mas sim no indivíduo.
Cada um de nós pode (e deve) fazer a diferença no seu dia-a-dia. Cada um de nós tem o potencial para alterar o seu entorno. Cada um de nós tem a potencialidade de mudar atitudes nos que nos são próximos. Cada um de nós tem a hipótese de sugerir alterações e melhorias, e enquanto cada um de nós não o fizer de uma forma espontanea, continua e desinteressada, não somos dignos de o exigir posteriormente aos nossos Governos e politicos, pois eles não são mais do que o reflexo de cada um de nós.
Acredito que o Mil Razões... é um passo importante no sentido dessa participação civica para a melhoria da saúde mental no nosso entorno.
Alexandre Teixeira
Nas notícias dos últimos dias sobre o fenómeno suicídio, como sempre, a comunicação social informa sobre ocorrências, ou sobre estudos à volta dessa temática, em modo mais ou menos sensacionalista, por vezes destaca alguns sinais de alerta, mas falha sempre no mesmo ponto: não informa aqueles que se sentem mal consigo, ou mal com os outros, aqueles imergem na solidão, como e onde poderão encontrar ajuda.
De que serve divulgar sinais de alerta quando depois, alguém identificando esses sinais em si, ou em alguém próximo de si, não sabe a quem recorrer, a quem pedir ajuda?
Como e onde avaliar o verdadeiro significado dos sinais detectados?
Como lidar com uma situação dessas?
E ainda bem que o blog do MiL RAZõES... tem ligações com os sítios na internet dos serviços de apoio emocional que existem no nosso país.
Esses serviços, todos com atendimento de voluntários preparados e treinados para comunicarem com pessoas, estejam elas apenas necessitadas de falar com alguém, ou estejam em crise profunda, são uma excelente porta de entrada para quem necessita de ajuda, mas tem dificuldades ou objecções em recorrer directamente a psicólogos ou a psiquiatras.
E todos esses serviços, se necessário, reencaminham para técnicos e serviços de saúde mental e com eles se articulam, complementando-os.
Espero o dia em que a comunicação social, quando noticiar um suicídio, quando divulgar um estudo, quando de alguma forma abordar este tema, não esqueça de, em simultâneo, informar onde e como podemos obter ajuda.
FCC