Foto: Human - Petra
Diz o povo que a experiência é sabedoria. E eu concordo. É saber, é conhecimento, feito de experiência, de vivências. Pode não ser erudito, pode não ser livresco, pode não ser aceite como cultura elevada, mas é profundamente válido e importante por quem o constrói baseado na sua vida.
Falar de experiência remete-nos, portanto, para um sujeito ativo que aprende e ensina fazendo, o que dá ao conhecimento um cunho inestimável e muito mais poderoso do que aquele saber aprendido de forma passiva. Assim, a experiência acrescenta ao aprendido a credibilidade, a confiança, a aceitação que outras formas de aprendizagem não são merecedoras. Por outro lado, aprender pela e com a experiência, implica uma rotinização de ações, de questões e de respostas na busca de soluções que sedimentam as hipóteses que colocamos no nosso quotidiano. Daí que esta aprendizagem credibiliza, reforça e qualifica as soluções então construídas.
A experiência enquanto vivência profissional cobre múltiplos aspetos da vida. É multidimensional na medida em que contribui para moldar a identidade, a personalidade, a credibilidade, o conhecimento, o saber-estar, o saber-fazer e, sobretudo, o saber-ser do indivíduo. Dá ao ser humano a dimensão crítica e reflexiva que o saber livresco por si só não dá.
Por fim, a experiência não se reduz a uma aceitação, a uma acomodação sistémica da existência humana perante os fenómenos da vida que o cercam. Não se reduz a uma sobreposição linear de receitas prontas a usar de forma acrítica pelos indivíduos, ou, da soma de conhecimentos práticos adquiridos com o tempo e a serem seguidos. É, sim, um verdadeiro conhecimento que deve ser respeitado, enobrecido e conceituado pela sociedade.
Fernando Lima