Foto: I See You – George Hodan
O “eu” pode ser entendido como um conjunto de componentes que, individualmente, representam uma combinação de informações importantes para a promoção e qualidade das relações interpessoais.
O exercício que é importante fazer liga-se à identificação dessas componentes e como elas se apresentam e se manifestam. É um exercício de autoconhecimento.
O que conheço do meu “eu”? O que desconheço do meu “eu? O que os outros conhecem do meu “eu”? O que os outros desconhecem do meu “eu”?
A combinação do que eu conheço/desconheço/escondo do meu “eu” e o que os outros conhecem/desconhecem do meu “eu”, influencia as relações entre o “eu” e os “outros”.
O exercício no caminho do autoconhecimento pode influenciar a forma como a pessoa dá ou solicita informação aos outros. Parece que a forma como o “eu” se apresenta aos outros, tendo em atenção a estrutura que conhecemos/desconhecemos/escondemos do nosso “eu”, influencia os “outros” e, consequentemente, tem repercussões nas relações interpessoais.
Na interação com os outros a informação é partilhada pela própria pessoa e pelos outros. É um campo de atividade complexo, sendo a relação aberta aquela onde a pessoa cede aos outros informação, o mais completa possível, sobre o seu “eu”, e que diminui a probabilidade de ocorrerem más interpretações do seu comportamento. É neste cenário que, quanto a mim, acontecem relações sinceras, participadas e produtivas.
A vida tem tido o efeito de me obrigar a pensar cada vez mais na forma como nos apresentamos aos outros, e nas consequências que essa apresentação pode assumir na construção de relações interpessoais!
Ermelinda Macedo