Foto: Mac - 377053
É curioso como evoluímos como espécie, somos capazes de fazer viagens intergalácticas, operações minuciosas de órgãos, enxergar a milhões de quilómetros de distância, mas ainda não temos a menor ideia de porque aqui estamos e para onde vamos quando partimos.
A morte, o maior mistério de todos, nos coloca de joelhos e nos faz lembrar a nossa insignificância. Há quem creia que aqui se acaba tudo, por isso não tem mistério algum. Cada um de nós tem dentro de si um palpite ou uma crença, mas a verdade é que certeza, não temos nenhuma. Esse mistério da vida e da morte nos acompanha como seres conscientes que somos da nossa perenidade, mas muitas vezes somos arrastados pela vida afora e acabamos por crer que a vida é infinita e que somos indestrutíveis. Não queremos ser lembrados da nossa incapacidade de controlar o incontrolável. Mas como seria a vida se soubéssemos o nosso fim? Seríamos as mesmas pessoas que somos? Agiríamos da mesma forma? Se tivéssemos a certeza que não há um “outro lado” seríamos melhores ou piores pessoas do que somos?
Os mistérios da vida estão muitos ligados às religiões que tentam dar as explicações para aquilo que ninguém consegue explicar, efetivamente. Nos acostumamos a fazer orações, ir à igreja aos domingos, meditar, ou qualquer acalanto à nossa ignorância sobre o nosso futuro. Mas será que estamos mesmo preparados caso tenhamos que responder por nossos atos nessa vida? Será que fazemos o nosso melhor para estar sempre de cabeça erguida? Será que somos capazes de enxergar além do aqui e agora? Infelizmente (ou felizmente) o Google ainda não responde para onde vamos quando morremos, temos que conviver com isso. Com o peso da ignorância e da certeza que muito pouco sabemos.
Leticia Silva