16.10.17

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Foto: Adult - Pexels

 

Diretamente, ainda que titubeando, para as conclusões.

Confesso que não sei, não estou absolutamente certo, mas devo ter algumas, possivelmente tenho, é quase certo que sim. Estou a falar de deficiências. A minha sorte é que as minhas, várias, não são relevadas pela sociedade, aqui e agora, e passo como que incólume. Vejo mal, faltam-me alguns dentes, uso próteses para compensar. Não sei dar cambalhotas...

Vivo numa época e numa sociedade muito sensível à norma, à padronização e, também, nem sei se por contradição se por concomitância, à salvaguarda da diferença.

Talvez seja o caldo de cultura para a emergência do politicamente correto. Há os deficientes físicos, intelectuais, psicossociais, ai de quem os chame de coitadinhos, mas ao mesmo tempo e para as mesmíssimas gentes, a tentação do eufemismo impera. Não há cegos, mas invisuais, não há aleijados, também não fica bem verbalizar o termo “louco”.

 

Complicado. Contraditório? Pois, é a vida. Cairia o Carmo e a Trindade, naqueles unanimismos momentâneos e passageiros, se alguém usasse publicamente a denominação “inválidos”. Apesar de algumas pessoas com deficiência não terem condições de se valer a si próprios.

As coisas são o que são, de acordo com o tempo e com o lugar. Sempre.

Talvez valha a pena recorrer ao que, se bem penso, já vem desde a antiga e democrática Atenas - tratar o que é igual como igual e o que é diferente de forma diferente.

Nem mais, nem menos. Adequado, com aceitação, sem necessidade de eufemismos, que, diria, não são mais do que uma forma de dizer coitadinhos... dos inválidos.

Nada de coitadinhos. Voto contra!

 

Jorge Saraiva

 

Link deste ArtigoPor Mil Razões..., às 07:30  Comentar

De jorge saraiva a 17 de Outubro de 2017 às 14:23
Obrigado Teresa por me ler e muito obrigado por se dar o trabalho de comentar o meu texto.
Compreendo o seu desconforto quando a chamassem simplesmente louca, como se isso a definisse.
O que eu pretendi dizer no meu texto foi que todos os que tenham qualquer deficiência, física, psíquica, psicossocial deverão ser aceites como são e tratados em conformidade. E todos devemos, se possível a começar ou a acabar pelos próprios, fazer o que estiver ao nosso alcance para atenuar ou anular as dificuldades supervenientes da deficiência. Igual o que é igual, diferente o que é diferente.

Outra coisa é o nível da linguagem: se louco ou cego ou maneta são expressões que encerram uma carga negativa, duvido que uma mera alteração de terminologia resolva o problema. A prazo a nova terminologia vai ser enformada com a mesma carga se a única coisa que tiver mudado tenha sido o termo usado.
Espero ter ido ao encontro do seu ponto de vista e ter tornado o meu texto um pouco mais claro. E claro que não temos todos que pensar da mesma maneira :)
Da minha parte, uma característica, uma doença, uma deficiência, por si só, não definem uma pessoa. Claro que influencia e marca a sua vida, causa imensas dificuldades, assim como proporciona acrescidas capacidades e sensibilidades noutras áreas ou competências como que em compensação.

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