Foto: Church – Lukas Bieri
O silêncio pode ser um lugar de refúgio. E é certamente! Mas também é de recolhimento. Não falamos aqui do silêncio que é imposto, por qualquer circunstância da vida ou força exterior, o qual pode ser perturbador ou mesmo aterrador, mas do silêncio escolhido por vontade de alguém que nele se recolhe e deseja reencontrar-se, nele quer meditar, refletir e pesar as suas decisões; enfim, nele aspira encontrar a luz que alumie o seu caminho nesse espaço de meditação.
É nesse estado de espírito, de paz, de tranquilidade interior e serenidade que alguém busca encontrar a inspiração que tanto necessita. E no silêncio pode, seguramente, encontrar-se essas virtudes, escutando nele a voz da razão - o silêncio fala - o que muito poderá contribuir para a realização de muitas ações positivas da vida.
É no silêncio e com o silêncio, nele mergulhando profundamente, que se concebem as obras-primas do Universo. Ele tem força e poder, dotado, porém, de regras de conduta ao impor muito respeitinho quando está em causa o exercício da sua própria razão de ser. Saibamos, por isso, aproveitar os seus benefícios, que, diga-se, são muitos, suas potencialidades e, sobretudo, mais que tudo isso, porque é um espaço de abertura, uma porta aberta à comunicação e ao que nos rodeia, usar o poder que nele existe, quando as circunstâncias da própria vida assim o justifiquem. Como dizia Umberto Eco “um silêncio cauto e prudente é o cofre da sensatez.”; in Ilha do Dia Antes).
José Azevedo