Quando me pediram para escrever sobre a Infância, pensei em falar sobre a sua importância na vida do atual adulto e em como, dizia Freud “A criança é o pai do adulto”. Depois pensei em falar nos cheiros que nos fazem viajar até ao passado, o da cozinha ao pequeno-almoço, da escola no primeiro dia de aulas… mas na verdade, o que me parece mais importante neste momento, é não sentir a infância como sendo algo do passado. O mais bonito e difícil que podemos experimentar é deixar que o adulto que hoje somos vivencie a vida como se fosse uma criança. Viver o agora, sem preocupações com aquilo que ainda nem sequer aconteceu… cantar sem ter medo de parecer um tolo… andar à chuva… rir às gargalhadas… tocar nos outros… ver tudo de outra perspetiva, com tempo, com atenção ao detalhe: a borboleta a voar, os rostos das pessoas, o céu, as estrelas, o mar, o lixo… procurar agradar aos outros, mas com o coração aberto… parece-me que, mais importante do que a infância que tivemos, visto que nem todos têm o mesmo ponto de partida, é aquilo que de bom qualquer infância pode refletir na nossa vida agora, hoje, já. Leia este texto e depois… vá ser criança!
Sara Almeida