Foto: Woman In The Shadow – Gorge Hodan
Quando temos consciência daquilo que se passa à nossa volta e de grande parte do que se passa “dentro” de nós, estamos acordados, em estado de vigília; o estado do lado de luz da nossa vida. Neste estado vivemos continuamente experiências, atribuídas pela perceção, que nos permitem dizer que estamos conscientes. O córtex cerebral encontra-se ativado. Este é o conceito de consciência integrado na avaliação do estado mental das pessoas.
Prestar atenção e perceber aquilo que nos rodeia obedece à presença de algumas funções de forma sequencial: 1º - é necessário que estejamos em estado de vigília; 2º - é necessário que se preste a atenção necessária ao fenómeno e este processo é muito complexo; 3º - é necessário haver compreensão do fenómeno e este processo também é muito complexo. Estes acontecimentos neurofisiológicos funcionam em todas as pessoas de forma similar, mas a verdade é que aquilo que nos rodeia, apesar do estado de vigília, nem sempre é alvo da mesma atenção e compreensão.
A consciencialização torna-se fundamental para existir mudança. Esta está relacionada com o reconhecimento de uma experiência ou de um fenómeno, que se suporta no conhecimento e na perceção dos mesmos. A ausência de consciência do fenómeno poderá significar que a pessoa não inicia a consciencialização e, portanto, não é empurrado para a mudança, ou para a ação.
Apesar de estarmos em estado de vigília, no lado de luz da vida e, deste modo, estarmos conscientes, a consciencialização nem sempre acontece... a consciencialização social; a consciencialização moral; a consciencialização política… mas, cada vez mais, a consciência(lização) dos fenómenos e das experiências é necessária! Às vezes é mais cómodo “andar” no lado de sombra da vida… talvez seja o “sistema imunitário” que pede!
Ermelinda Macedo