Foto: Crayon – Mari Kanezaki
Eu gostaria de perceber por que motivo é tão difícil ser-se mediana numa vida mediana. O esforço deveria ser mínimo, o sofrimento residual.
Mas, em vez disso, corro. Corro sempre. Atrás de comboios que não consigo apanhar – porque são mais rápidos do que eu, ou porque eu sou realmente mais lenta.
E, sempre a correr, QUERO AGARRAR TUDO, TODOS! Alguma coisa, alguns... um quase nada.
Tomar consciência de que não consigo alcançar o que me proponho e de que cada vez alcanço menos, apesar do esforço ser cada vez maior é… frustrante (não era bem esta palavra que gostaria de utilizar, mas ficamos assim).
E porquê? PORQUÊ?
Decerto é a idade que já me pesa nos ombros (não, a idade não é muita; os ombros é que são fracos). Ou então, um excesso de falta de alguma coisa que não consigo bem identificar. Coragem? Paixão? UMA CERTA DOSE DE REALISMO?!?!
E por vezes, apetece… Era pegar numa borracha, apagar o que está mal. Como quando em miúda desenhava no Paintbrush; ali era sempre possível começar de novo, tentar fazer melhor.
Mas, pensando bem, eu nunca tive muito jeito para desenho.
Sandrapep