Vivemos, de forma incessante, buscando uma realidade que resulte numa equação equilibrada. Fazemo-lo, muito frequentemente, sob os alicerces da imaginação. A imaginação é, assim, necessária na equação – criar uma visão para a própria vida. Se possível, bordada com propósito e significado.
Tudo o que fazemos ou não fazemos comunica uma verdade. Essa verdade pode envergonhar-nos, mas não deixa, por isso, de ser verdade, como também dela nos podemos orgulhar.
Mas há sempre um espaço entre o estímulo e a nossa resposta (ou reação).
O intervalo compõe a pauta de um destino insofismável. Deveríamos, em decorrência disso, valorizar os intervalos como aqueles momentos em que, parados, podemos respirar profundamente, esvaziar a mente e decidir Como quero sentir-me a partir deste momento?
O intervalo é, sem dúvida, de confiança. Mas não aquela pausa corruptora, em que nos vendemos à insegurança, ao medo e ao desânimo. Não! Esse intervalo, apesar de sedutor, não merece a nossa devoção. Rechacemos o intervalo que se traduz em desistir de nós mesmos e da vida que todos podemos criar.
O intervalo dá espaço a que, refrigerando nossas ideias, esculpemos a vida que queremos – e podemos – abraçar!
Marta Silva