Foto: Laundry Line – Sabine Bends
E se amanhã eu acordar e não me preocupar com as horas - mesmo que seja dia de trabalho, ou que os miúdos tenham que ir para a escola (o trabalho que se lixe; os miúdos que se desenrasquem)?
E se eu não quiser mais saber da roupa – da suja, da que está na máquina, da que está no estendal, da que está talvez atrás da porta pronta para me assombrar, da loiça, do jantar, das compras, do cotão a rolar pelos cantos da casa?
E se eu passasse a viver de uma nova maneira, “carpe diem” como lema, tirando o máximo partido do mundo, das pessoas (nem todas, mas…), de mim?
E (apocalipse eminente!) se eu deixar de ser a cola que nos une a todos, Natais, Páscoas, aniversários e outras celebrações – convida, espera, prepara, organiza, vem, não vem, como vem – para construir (com esforço!) as melhores memórias para grandes e, principalmente, pequenos?
Eventualidade que perspetivo (num crescendo algo assustador) em diversos momentos e que me faz questionar se faria realmente alguma diferença eu demitir-me de todas estas responsabilidades.
Seriam os outros menos felizes?
E eu, mais feliz, livre do peso de todas as obrigações (obrigatórias ou voluntárias)?
Incógnita.
Sandrapep