Foto: Stages - Petr Kratochvil
Se não tens por que ficar, vai. Deixa que os outros te julguem como quiserem. Deixa que o mundo te meça na medida do que for capaz de sorver. Não esperes que entendam. Não queiras que te entendam.
Se tomares a decisão, não olhes para trás. Não programes as coisas como se fosses cá estar depois porque não vais. E não fazes ideia de como as coisas vão ser quando partires.
Organiza-te. O que te falta fazer? De quem te queres despedir sem cheirar a despedida? Faz isso tudo com um sorriso nos lábios, com amor no coração. Não comeces guerras que não vais ajudar a travar. Não deixes azedume e tristeza na tua saída; essas coisas podem durar uma eternidade.
Com a consciência que te resta, não hesites, não gaguejes, não grites aos sete ventos. Vai. Calmamente. Em paz.
Liberta-te dos grilhões da vida, do espaço e do tempo.
Não, não estás louca. Talvez estejas mais sã do que nunca. Que mais poderias dar a um mundo tão insano e perverso?
Alexandra Vaz