19.11.18

TV - Alexander Antropov.png

Foto: TV - Alexander Antropov

 

Um novo amanhecer e eu desperto. Pronta para a rotina que se estende.

Eis que aura carregada da matina cede perante um pequeno-almoço conjunto que me é oferecido. Agradeço e prossigo.

Após a espera exasperante de quem conta com a mobilidade pública, deparo-me com novos cenários. Entro no transporte e vejo, uns metros adiante, alguém a ajudar uma senhora de idade a subir, e na paragem seguinte, o cuidadoso motorista aguarda por um transeunte que consegue alcançá-lo, já ofegante. Durante o trajeto, o silêncio. Partimos todos para os nossos recantos.

 

E eu dou início à minha jornada laboral.

Não me importo de ir além do dever, esperando contagiar os demais com uma pronunciada e trabalhada boa-disposição. E no decorrer das tarefas troco produtos por sorrisos, pensando que deveria ser assim que a economia deveria funcionar.

À saída, acompanho com o olhar um miúdo enérgico e distraído que tomba no chão. Ups!... A sua mãe aproxima-se e ajuda-o a levantar-se. O miúdo logo recupera.

Antes de chegar ao exterior, forneço indicações a um consumidor perdido neste labirinto comercial e contemplo as horas. Estou pronta para o que resta: o descanso. Ou assim julgava eu.

Ao receber sinais de que há uma alma inquieta, nomeadamente por meios tecnológicos, faço uso da amizade e empresto os ombros, cedendo de igual modo os ouvidos. O melhor é que, mesmo não o esperando, recebo-os em retorno, na mesma dose. Um contacto que enriquece e preenche, arrumando para canto os vazios.

 

Recuperado o contentamento de ambas as partes, volto para casa, para o meu doce lar.

Ligo a televisão em busca de boas novas e ali está uma, entre tantas outras que recheiam o passado e o presente: conjugados os esforços, romperam-se probabilidades e reergueram-se as nações! As tragédias foram colmatadas, os jovens foram salvos e os homens foram resgatados. Quanto não se consegue com um pouco de cooperação!

É a grandiosidade do bem de que a humanidade é capaz. Do mais pequeno gesto quotidiano à mobilização internacional altruísta, tornando todo e cada dia um pouco melhor para as vidas que se cruzam e se entreajudam. É a nossa potencialidade, multiplicada nos diversos cenários práticos.

 

Sara Silva

 

Link deste ArtigoPor Mil Razões..., às 07:30  Comentar

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