Foto: Womens – Engin Akyurt
Saudade. Uma mera palavra, plena em substância. Uma palavra tão nossa, tão lusitana. E essa portugalidade inerente é transposta para o mundo, refugiando-se nos recantos das almas humanas, além-fronteiras. Ela sussurra-nos baixinho aquando o repassar das memórias de outrora que marcaram a existência, crescendo connosco e com todos aqueles e tudo aquilo que é parte de nós.
E se um pedaço se arranca ou o tempo avança, albergando vazios na sua travessia, a saudade aflora, relembrando-nos que os sabores agridoces que a vida apresenta são porção inevitável do caminho. Sinais inequívocos de que algo de positivo ocorreu, de que algo ou alguém importou, e isso nunca se perderá. Não na essência, no conteúdo… Só na forma. Serão tesouros guardados, a todo momento passíveis de serem resgatados.
E no decorrer da vida que sempre seguirá, naqueles instantes em que se desvanecem as barreiras e se denunciam as fragilidades, ali estará a saudade, bem ao lado do coração, lembrando que o que houve será pilar para o que haverá.
Sara Silva