Foto: Aygul-Barieva - WikimediaImages
Um dia (talvez não fosse apenas um dia, mas deste lembro-me particularmente) disseram-me, ou tentaram que eu percebesse, que há situações na vida que se dançam ao som da música que os outros tocam para, assim, obtermos proveito. Aquelas situações em que a dança priva os nossos movimentos e, mais do que isso, priva o nosso pensamento e, ainda mais do que isso, que compromete a liberdade, aquilo que temos de mais sagrado…
Lembro-me bem da forma como respondi…
“Tenho na vida princípios éticos, de amizade e de clareza inabaláveis e, disso, posso orgulhar-me. Quando me dedico a alguém ou a alguma coisa, mesmo que seja durante um período curto, dedico-me e, pronto! No que a este aspeto diz respeito, tenho caminhado na vida muito tranquila. Obviamente que, neste caminho, conto com pessoas que me ajudaram e ajudam…”.
Disse ainda…
“Os meus pais, nada de material me vão deixar um dia (espero que demore muito a chegar esse dia) mas, vão, com certeza, deixar-me esse legado. Vou cuidar sempre da minha liberdade com muito carinho…
Pode ser que um dia venha a mudar de postura na vida, mas vou tentar honrar a minha herança…”.
Nunca obtive resposta à minha reação…
Ermelinda Macedo