Foto: Hand – Falco
Em tempos em que a cooperação entre todos é mais necessária do que nunca, temos necessidade de interiorizar aspetos que nos liguem uns aos outros. (Re)aprender a viver em conjunto e com objetivos comuns, desperta em nós a necessidade de nos (re)descobrirmos e de nos (re)educarmos. O individualismo deixa de ter protagonismo e sentido. A proposta passa por valorizarmos o que os outros têm a oferecer no que diz respeito à confiança, à lealdade, à solidariedade e à competitividade, entre outros aspetos, que fazem sentido para vivermos num mundo adverso capaz de criar relações interpessoais indesejáveis. Este trabalho de cooperação exige uma forma de jogo em que a estrutura, a coesão e as regras estão presentes. Existe uma coesão grupal, em que a homogeneidade grupal e a heterogeneidade individual se entrecruzam. Neste jogo coletivo existe um maior sentimento de segurança, criam-se laços de amizade, há divisão de tarefas, e o trabalho torna-se mais tranquilizador (é também a minha convicção). Despertam-se competências e valores, muitas vezes desconhecidos, nomeadamente o respeito pela heterogeneidade, no que se refere a formas de estar e viver a vida. Este respeito parece fazer cada vez mais sentido! Quando se vive a vida a trabalhar sozinho, sem perceber o outro como importante para nós próprios, este jogo de cooperação não parece ser um exercício fácil de enfrentar e de praticar. É muitas vezes um jogo perturbador, mas parece que vale a pena tentar!
Ermelinda Macedo