Não existe magia sem audiência. De nada serve um palco, um dom ou um artista sem os devidos espetadores participantes. Mesmo daqueles que se limitam a congratular as “evidências visíveis” com palmas.
Não existem receitas sem comensais. De nada serve um fogão, um dom ou uma lista, sem os devidos apetites participantes. Mesmo daqueles que se limitam à dieta sensaborona.
As receitas e a magia precisam de pessoas, de participantes. Logo, as receitas mágicas também precisam. E as pessoas fazem a vida. Em certa medida somos todos convivas, recebidos com agrado por este cicerone universal.
A vida tem então a honra de convidar V. Exas. a participar num magnífico repasto. A hora é agora, com duração prevista menor que 100 anos. Com certeza que uns terão de sair mais cedo que outros... O local é do tamanho do mundo, com continentes de dimensão. Este convite é pessoal, intransmissível e não existe código de vestimenta. As ementas propostas são as mais variadas, dependendo dos mais diferentes fatores. Umas são fastfood, outras gourmet...
Aqui fica uma das minhas favoritas, que muito me tem saciado:
- O sol quente no quarto
- O doce beijo da noiva
- Os abraços dos filhos
- O cheiro dos seus cabelos
- A memória dos queridos avós
- A voz dos pais
- O amor dos 3 cães
- A mota na estrada
- O emprego digno
- As contas em dia
- As boas surpresas
- O pôr-do-sol
- A presença dos amigos
- A pele dela antes de adormecer
Rui Duarte