Foto: Cloudy - Adlferry
Olho para longe e vejo lagos, montanhas, cascatas, animais à solta, pastos verdejantes, estradas que se cruzam entre si, céu e nuvens mais claras e mais escuras.
Chega-me tudo através da minha perceção, tal e qual as coisas se apresentam. Bem sei que cada um interpreta tudo à sua medida: É aquilo que ali está – umas mexem, outras não, umas brilham, outras não, umas assustam, outras não – mas é aquilo, não é mais do que aquilo. Não há elementos a retirar o que não pode ser retirado ao que é real, ao que é natural…
Olho para mais perto e apenas vejo tudo maior; não altera nada na sua essência. As coisas são aquilo que são, é aquilo que está ali. As cores estão mais nítidas, porque estão mais perto, apenas. Não há forma de alterarmos o que se nos apresenta, é verdadeiramente uma imagem deslumbrante, porque é aquilo que lá está e não estará noutro local. É tudo tão transparente, no sentido em que é real, verdadeiro. E os lagos? Esses são mesmo muito transparentes – não têm mais do que água, cuja cor apenas vai se modificando pela cor que o céu vai assumindo mas, ainda assim, não perde a sua transparência, naturalidade, verdade. A qualquer momento deixam de o ser, se forem introduzidos elementos que os perturbem – é como no ser humano. É melhor pensarmos que a transparência, a verdade, a naturalidade e o real são caraterísticas de tudo o que nos rodeia, também das pessoas. Eu ainda acredito!
Ermelinda Macedo