Foto: Star – Fine Mayer
Naquele dia de desespero, em que detesto quem sou e a vida que tenho. Nesse dia em que ninguém me compreende, o amanhã parece ser negro. Não tenho sonhos, só pesadelos. Não espero nada. Tudo é negro. Tudo é nada. O silêncio é um barulho ensurdecedor. No barulho nada consigo escutar. Não estou bem em lugar conhecido nem desconhecido. Nesse dia, precisamente nesse dia, olho para o céu. Vejo lá no alto essa luz que brilha no escuro. Alguém chamou essa luz de Estrela. Mas o nome não interessa. É a sua luz que brilha no escuro que importa. Dizem que as estrelas orientam quem está perdido na escuridão. Então é para ela que vou olhar sempre que me sentir assim, no escuro, pois aquela pequena estrela lembra-me que afinal é na mais completa escuridão que se veem as luzes mais brilhantes. Então sorrio e sinto tranquilidade no meu Ser. Agora sei, agora tomo consciência que, no ponto em que a minha vida se encontra, uma luz brilhante vai conduzir- me na escuridão. Afinal, nada está perdido. Muito menos eu.
Sara Almeida