Em uma conferência sobre segurança virtual um especialista alertava sobre todos os cuidados necessários para quem usasse o computador.
Deu todo o tipo de instruções para que ninguém fosse vítima de nenhum crime virtual.
Quando ele acabou subiu ao palco outro especialista em segurança virtual e este disse: - Senhores, não se preocupem com a Internet, não existe nada nela que não exista aqui no mundo de fora, finalmente do que é feita a Internet? De pessoas, não são alienígenas que controlam os sites e roubam informações.
Foi uma das coisas mais engraçadas que já assisti. Precisou de uma linha para derrubar as páginas do anterior palestrante.
Mas ele tem razão, temos que ter cuidado na nossa vida virtual, mas também nos cuidamos da nossa vida real.
Ou por acaso apenas estamos a mercê de golpistas na Internet? Apenas aqui podem roubar e mentir?
Cuidado com os sites de relacionamentos! Todo mundo ali mente!
Já me disseram isso. Ora, eu já peguei namorados reais, em vida real, mentindo. Também tive amigos que jurava conhecer e estavam mentindo e não faziam parte dos meus amigos virtuais.
O ser humano é assim, de comportamento duvidoso. Internet não é nosso reflexo, é quem somos.
Você pode comprar uma coisa pela Internet e nunca receber ela!
Já fui roubada na minha vida e não foi por Internet.
Tantos medos projetamos no computador, como se este tivesse leões dentro. E aqui fora, são todos gatinhos?
É importante ser cuidadoso com tudo, não apenas com a Internet. Crianças somem e não são levadas por algum tubo do computador, pessoas roubam elas no meio da rua.
Que bom seria pensar que todos os perigos do mundo estão aqui dentro, guardados. Então poderíamos desligar o computador e ficar tranquilos e felizes, longe do perigo, afinal a porta está fechada.
Internet não é a porta do inferno, ele está em nós na maldade que temos correndo no sangue.
Vida virtual é vida, tanto que começam com a mesma letra. Vida que vivemos é virtual, é verdadeira, é real. Não existe mais essa separação do virtual com o real.
O virtual é real e o real é virtual, a mesma coisa, um corpo, como se fossem os músculos e os ossos.
O que somos aqui dentro, somos aqui fora. O que escondemos, o que mostramos, aonde vamos. Tudo é a mesma coisa, tudo é vida.
Já não é virtual, é apenas vida, de um modo recente que aprendemos a viver, agora já converte em tudo. É vida, nem virtual, nem real, apenas vida.
Iara De Dupont (articulista convidada)