2.2.09

 


 


Falar sobre suicídio encoraja alguém a tentá-lo?

 

De facto, está comprovado que não. A forma e o conteúdo da conversa sobre o suicídio é que vão determinar a alteração da ideação suicida.

Já há muito anos que a Organização Mundial de Saúde tem produzido documentos que esclarecem a forma como a temática do suicídio deve ser abordada, por exemplo, na comunicação social. Infelizmente estes documentos têm sido ignorados sistematicamente pelos meios de comunicação, que preferem dar uma cobertura sensacionalista do ocorrido, em vez de informarem onde as pessoas que se sentem vulneráveis e com ideações suicidas podem pedir ajuda.

 

Falar sobre o suicídio e sobre os sentimentos de alguém que pensa em suicídio é, na maior parte das vezes, a melhor forma de aliviar alguma tensão, pois permite que a pessoa partilhe o que sente com alguém que a aceita e não julga e, por outro lado, permite-lhe também compreender melhor a sua situação e percepcionar soluções alternativas ao suicídio.

 

Normalmente este tema é mais difícil de abordar para quem coloca a questão, do que para quem é abordado, pelo medo de que a resposta seja positiva, de que a outra pessoa esteja mesmo a pensar em suicídio, ficando então sem saber o que fazer com essa informação. Ora, falar sobre os sentimentos que levam alguém a pensar em suicídio e escutar o que essa pessoa possa ter para dizer, sem fazer julgamentos e sem tentar dar soluções, são meio caminho andado para que a ideação suicida diminua e não aumente.  

 

Por isso, não tenha medo de questionar alguém sobre a vontade que tem em acabar com a sua própria vida. Se a resposta for negativa, pelo menos já sabe que não há razão para se preocupar. Se a resposta for positiva, você e a conversa que tiverem, poderão ser o único obstáculo entre levar a cabo uma tentativa, ou não.


 


É importante, no entanto,  ter em atenção que se a outra pessoa decidir levar a tentativa por diante, não tem sentido questionar-se: “o que é que eu fiz de mal?”, ou “a culpa é minha por não ter conseguido.”. Em última análise a decisão está sempre nas mãos de quem atenta contra a sua própria vida.

 

Alexandre Teixeira


 

Temas:
Link deste ArtigoPor Mil Razões..., às 00:12  Comentar

De Mil Razões... a 7 de Março de 2009 às 09:05
Olá Iza .
Ainda bem que encontrou algum conforto nos Artigos que leu.
Não sendo objectivo deste blog prestar uma ajuda específica, individualizada a quem nele participa e que precise de apoio, podemos contudo recomandar que procure contactar um dos serviços de apoio emocional que existem em Portugal.
Poderá conhecê-los na coluna do lado direito deste blog, no separador "Apoio Emocional". Eles estão disponíveis por telefone (horário de fim de tarde e noite, todos os dias) e por e-mail. Poderá também recorrer a um serviço de saúde; hospital do Serviço Nacional de Saúde, ou Centros de Saúde.
Se está fora de Portugal, diga onde e poderemos indicar serviços de apoio emocional no local onde se encontra.

MiL RAZõES...

De Iza a 7 de Março de 2009 às 03:06
Gostei dos textos, tenho 25 anos e me encontro numa fase muito difícil, já tentei suicídio 3 vezes. Como moro sozinha obviamente eu não estava querendo chamar atenção.
De qualquer modo ganhei cicatrizes. ler textos tão "compreensivos" sobre o assunto, me conforta um pouco.
Não quero morrer, sempre reclamei da vida, mas qnd chega a "hora" tudo fica tão maravilhoso, e percebemos que não é tão simples abrir mão de tudo.
Contei uma mentira, trapaceei, enganei e traí, as pessoas que mais me amam, e não tenho coragem de admitir, assumir os meus erros, mas não tb não suporto viver essa vida falsa, tenho até segunda feira pra resolver o que vou fazer, meu prazo acabou, to meio desesperada daí fico na net, procurando maneiras mais fáceis de fazer isso.
Entrei aqui meio sem querer..me confortou de certa forma....sei lá porque. Agradeço!!
BJOSS!!

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