Há um velho provérbio português que diz que cão que ladra não morde.
Este provérbio, aplicado a quem fala em suicídio, poderá ser traduzido para: aquele que fala em suicidar-se, nunca o tentará.
Esta ideia poderá ser tranquilizadora para quem está próximo de uma pessoas que fala em colocar fim à sua própria vida. Com essa tranquilidade, poderá descansar e esquecer a importância e a gravidade incomodativa daquilo que ouviu, viu, ou percebeu.
Acontece porém que essa ideia, na maioria dos casos, não contém qualquer verdade.
De facto, em cada 10 pessoas que fazem uma tentativa de suicídio, pelo menos 8 delas deram sinais prévios dessa vontade. Muito raramente a decisão de um suicído é tomada repentinamente e executada de imediato. Os sinais podem ser muito explícitos e claros, mas também poderão ser bastante subtis.
Frases como: "Só me apetece desaparecer.", ou "Já não me importo mais.", mudanças de atitude, comportamento ou aparência, uma aparência deprimida ou taciturna, a preocupação em colocar os assuntos pessoais em ordem, ou dar objectos de estimação, assim como um aumento dos consumos de drogas ou de álcool, são sinais que deverão deixar-nos alerta.
Convirá que a nossa atenção fique desperta, que a nossa curiosidade funcione e nos leve a esclarecer a situação, com cuidado, mas sem medos.
Se, efectivamente, os sinais corresponderem a uma ideia de suicídio, convirá aproximar aquele que assim pensa, de uma ajuda. E essa primeira ajuda poderá ser um serviço de apoio emocional (a lista desses serviços, em Portugal, está neste blog, na coluna do lado direito).
FCC