Os resultados do estudo (mais um), feito por uma equipa sueca, eram esclarecedores.
Dei por mim a acenar com a cabeça para cima e para baixo em sinal de concordância com este triste resultado.
O universo eram 3000 trabalhadores, homens, na faixa etária entre os 18 e os 70 anos e num período de 10 anos.
O estudo tinha um duplo objectivo: 1.º avaliar a competência e o carácter de quem geria o seu trabalho, vulgo, chefes; 2.º os efeitos no comportamento e na saúde desses trabalhadores.
Revelou o estudo que existia uma relação directa entre os problemas cardíacos graves, e os maus chefes.
Uma chefia incompetente é um factor de risco com mais peso nas doenças de coração do que o tabaco, ou a falta de exercício.
Que chefes temos?
Que chefes queremos?
A falta de saúde económica actual, transversal a todos os sectores desde o produtivo ao financeiro, deixará pouca margem para que os cargos de chefia sejam exercido com os aspectos básicos e fundamentais: competência, profissionalismos e bom senso.
Os lugares são cada vez mais escassos e não se podem dar ao luxo de os perderem. Estabelecem como prioridade número um o cumprimento dos objectivos impostos.
Estes objectivos, estabelecidos a contar com o ritmo alucinante de trabalho dos empregados, arranhando muitas vezes a sua saúde fisica e mental, ignoram uma verdade absoluta: maior satisfação no trabalho, maior produtividade.
Trabalhadores descontentes, desvalorizados e injustiçados, entram em stress, passam por estados de hipertensão, culminando, não raras vezes, nas baixas sucessivas e prolongadas.
Compete às estruturas definir objectivos exequíveis com um sadio ritmo de trabalho, concessão de regalias facilitadoras das condições de vida dos trabalhadores e limpeza dos departamentos e direcções, dos chefes incompetentes.
Talvez assim, a máxima,"o trabalho dá saúde" volte a ser verdade.
Cidália Carvalho