18.1.09

 


 


- Ser feliz. Esta é a resposta mais frequente à pergunta: - O que esperas desta vida? Ou à pergunta: - O que mais queres na vida?


 

Quando nascemos existem muitas promessas que nos são feitas, mas existe apenas uma que, com toda a certeza, vai ser cumprida - a de que iremos morrer.

Perante tal promessa, a procura constante e incessante da felicidade passa a ser o objectivo principal da nossa existência.

Começamos por procurar em grandes coisas, aquelas que se manifestam de uma forma exuberante, que nos deixam estarrecidos e sem fôlego mas não deixam de ser efémeras e passageiras.

Procuramos em momentos com significado, que com o tempo se tornam insatisfatórios. A nossa busca lança-nos em várias direcções, vários caminhos, sempre com o mesmo intuito - o de encontrar a nossa felicidade. Quantos caminhos foram percorridos até ao final? Quantos são apenas planeados? De quantos desistimos? E quantos foram um erro?

Com toda a determinação queremos que a felicidade esteja em determinado sítio, com determinada forma, e nunca deixa de ser com tristeza que nos consciencializamos que a felicidade não está quando queremos, como queremos e onde queremos.

 

A necessidade de sermos felizes é sem duvida o motor de todas as nossas acções, mas a vida prega-nos partidas. Passamos pelo tempo quase de uma forma indelével, com preocupações incrivelmente distantes da essência da própria felicidade. Vemo-nos absorvidos com o dia-a-dia de chegar aqui, passar por ali e ir acolá... De fazer isto e aquilo... E a vida passa.

 

Mas o que queremos é ser felizes e encontrar a felicidade...

Então, não deixa de ser sempre com surpresa quando, em determinado caminho, nos damos conta que somos felizes... E que já somos felizes há tanto tempo!!!

O aqui, o ali, o isto e o aquilo, cegam-nos, impedem-nos de ver com nitidez o que nos rodeia e de ver que já encontramos a felicidade num amor da adolescência, que dura até aos dias de hoje, ou naqueles olhares inocentes, incrivelmente característicos das crianças.

Talvez não necessitemos de procurar a felicidade, precisamos apenas de reconhecê-la quando já a temos.

 

Susana Cabral

 

Temas:
Link deste ArtigoPor Mil Razões..., às 18:52  Comentar

De Susana Cabral a 7 de Março de 2009 às 20:13
Pois ate pode ser ou parecer muito simples... a heroína leva-nos com toda a certeza a sentir uma falsa felicidade e essa sim momentânea e sem qualquer conteudo.
O nirvana, a felicidade suprema pode ser considerado uma utopia ou apenas a discrição num livro de filosofia.
A natureza humana tem uma característica que, possivelmente nos torna incrédulos e nos faz ver a felicidade eterna como uma "ficção", a constante insatisfação.
Então por muito que consigamos na vida parece sempre insuficiente e a busca por mais e melhor pode nos tornar insensíveis e incapazes de avaliar a felicidade que já alcançamos e que já nos pertence.

De Vicente a 1 de Março de 2009 às 22:16
O Nirvana? A felicidade suprema? Liberalizem e tornem gratuita a venda de heroína. Mais simples não há .

De Aníbal V a 30 de Janeiro de 2009 às 09:36
Cara Susana: Uma coisa é o que digo, outra é o que quero dizer!!?? Processos de intenções?

De Susana Cabral a 30 de Janeiro de 2009 às 09:07
Pois para mim, esta enganado.
Não no que diz mas no que quer dizer, acredito que podemos estar felizes e não ser feliz, tal como acredito que podemos ser felizes.

De Aníbal V a 29 de Janeiro de 2009 às 12:09
Contrariamente a outras línguas, o português separa claramente o ser do estar.
Assim, ser remete-nos para o estrutural, para o permanente, enquanto o estar refere-se ao conjuntural, ao temporário, ao transitório, ao efémero, ao que se altera.
A felicidade, tema trazido neste post, é um sentimento.
Sendo um sentimento, é algo que é experimentado, de forma tendencialmente transitória, logo tem a ver com o estar e não com o ser.
Ninguém é feliz de modo estrutural e permanente; não se trata de uma questão de carácter, mas é função das circuntâncias e da forma como elas são vividas interiormente por cada um.
Ninguém tem um sentimento de forma estrutural e permanente; por mais que seja longo o tempo que o experimenta.
Penso que os prezados comentaristas anteriores não atenderam à natureza sentimental da felicidade e não distinguiram o ser do estar.Ou estarei enganado?

De Filipa Rocha a 21 de Janeiro de 2009 às 10:10
Acima de tudo eu penso que a maior parte de nós deixa passar momentos de verdadeira felicidade entre planos e estratégias para o dia seguinte, o mês seguinte e ano seguinte... a vida seguinte! A felicidade está permanentemente nas coisas simples, não nas coisas fúteis, não é, como diz a Cidália, o conforto da bebida quente ou o cumprimento da vizinha do lado. Eu sinto-me feliz por viver, por amar, por ser amada. A bebida quente e a amabilidade dos vizinhos o máximo que fazem é dar contentamento... nunca felicidade!!!

De PRM a 21 de Janeiro de 2009 às 09:55
Nao concordo nada com o comentário da Cidália mas sim com os restantes comentários.
Porque eu posso estar a passar um momento muito complicado da minha vida ( o que é o caso) e não ser feliz o que não invalida que às vezes esteja feliz. Passo um momento complicado porque era feliz, já não sou mas espero voltar a ser.

De Liliana Magalhães a 21 de Janeiro de 2009 às 09:40
Acho que realmente se é feliz e não se está, vai um pouco das opções que se toma ao longo da vida de cada um. Não acho que a felicidade seja um estado.

De Cidália a 20 de Janeiro de 2009 às 21:59
Olá RP.
Estar recorrentemente feliz significa estar feliz com frequência. Penso que mesmo aqui, nesta situação, se "está" e não se "é"

De RP a 20 de Janeiro de 2009 às 21:46
OK.
Se não é "ser" mas "estar", não será o "ser", estar (ou sentir-se) recorrentemente feliz?

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