Sim… viver com uma fobia é estar constantemente expectante de um desencadeamento de pensamentos que levam ao limite – assim de repente – e fazem sofrer de tal maneira que tudo à volta perde sentido… E o principal? É mesmo a sobrevivência e a saúde mental.
Viver, sempre a desejar que isso nunca tivesse tido um início… ou que agora tenha um fim… Em crises agudas, pensamentos acerca da morte, ou da impotência perante tais sentimentos, são prementes e persistentes. O que fazer com a vida quando se está limitado dentro de um medo, de um receio constante?
Sim, o mundo é perigoso… Esta é a premissa para todos os medos exacerbados e irracionais que a partir daí podem ser construídos e desenvolvidos.
Opção 1: - Sim, é perigoso… mas vivo e quero viver!
Opção 2: - Sim, tão perigoso que não consigo viver sem pensar que a qualquer momento poderei morrer!
Qual das duas opções? Obviamente a primeira que, com flexibilidade e racionalidade, permite confiar na vida e esquecer o pensamento “mau” e intrusivo que assombra a pessoa fóbica.
A essência? Perigo conjugado com descontrole.
A base? Crenças irracionais.
Cura? 100% enfrentamento. Digamos que com técnicas medicamentosas é possível viver adaptativamente, apesar de que sempre dependente: retirada a medicação, o medo continua.
É importante perceber que sentir medo é fundamental e faz parte da sobrevivência do ser humano. Caso contrário, como fugir de um estímulo aversivo? Como optar entre lutar e fugir perante uma ameaça de morte? O medo impulsiona para a acção.
O medo só se torna um inimigo insuportável quando nos deixamos dominar por ele. Quando os pensamentos lançam mentiras que fazem bloquear.
Uma vez disseram-me que as pessoas com algumas doenças mentais eram dotadas de um grau elevado de inteligência. E eu remato que sim, isso poderá ser possível e ter a sua lógica… mas estas seriam mais dotadas ainda se, com toda a sua inteligência, conseguissem manter uma atitude e pensamentos saudáveis e adaptativos. Aí sim, utilizariam a sua inteligência para o seu bem!
Ana Lua