De Cidália a 2 de Dezembro de 2008 às 20:25
Pois é Bruno, o tema é recorrente no psicolaranja mas por mais que eu pense, escreva ou leia nunca chego a certeza nenhuma.
A conclusão "só sei que nada sei" é a única certeza...
Ana, o abandono dói tanto que muitas vezes custa a vida a quem o sente.
Dor é dor e pronto. Não sei se é possivel mensurar a intensidade porque depende de muitas variáveis desde logo a capacidade de sofrimento de cada um.
A questão é que num caso a pessoa pode procurar pelos seus próprios meios formas de acabar com essa dor. Noutros casos, as pessoas estão tão diminuidas na sua mobilidade que não tÊm forma de chegar aos meios para pôr fim à vida
A Eutanásia foi dos primeiros temas que postei no Psicolaranja. É um daqueles assuntos em que ninguém deverá estar confortável com a sua opinião...
Sendo eu um defensor da Vida, esse conceito ideológico não me chega para assumir uma posição de contra ou a favor neste tipo de situação.
Em relação ao Aborto ou IVG ou o que lhe quiserem chamar, a situação é também difícil de gerir mas mais fácil de catalogar, se assim podemos dizer.
No caso do direito à morte, existem demasiados contornos que acredito serem difíceis de prever numa lei... Mas acredito que devemos tentar fazê-lo. Ainda que - por minha vontade - toda a gente lutaria para poder se mais um exemplo daqueles que a Cidália fala!
De Ana Santos a 21 de Novembro de 2008 às 14:53
A Eutanásia é um tema que me é muito caro. Por mais que pense e avalie todas as questões que lhe estão associadas, como sejam, a ética, a dignidade, o sofrimento, o abandono, a religião, fico sempre presa a uma ambivalência - viver e morrer.
Ouvi hoje na comunicação social algo que mais uma vez me fez pensar nesta questão: A linha SOS Criança completa 20 anos de existência e ao falar disso, um dos responsáveis, entre outras coisas, referiu que não são raras as chamadas de crianças que materialmente têm tudo o que possam desejar. Os pais dão-lhes tudo mas esquecem-se de lhes dar eles próprios como pais. E é exactamente isso que elas mais querem, ter os pais com elas e para elas.
Estas crianças pedem ajuda, dizendo que assim não vale a pena viver. Se ninguém gosta delas, não há motivo para continuar, a vida dessa maneira não faz sentido para elas!!.
Será esta dor menor do que a dor física provocada pelo sofrimento continuado de uma doença sem perspectiva de cura? Não sei!
Quanto dói o abandono?
Ana Santos
De alexandre teixeira a 13 de Novembro de 2008 às 22:02
Eu que também estou bem de saúde, tenho uma opinião muito minha sobre a Eutanásia. Os poucos casos que conheci onde esta questão se colocou, eram de pessoas com um longo percurso de sofrimento, sem fim à vista e sem qualquer hipótese médica de melhoria das condições de vida. Estas situações que falo, o pedido de ajuda para morrer, advém não, de uma decisão repentina devido a uma mudança súbita de estilo de vida e consequente incapacidade para lidar com esta nova situação, mas sim de um cansaço extremo de viver desta forma, sem autonomia, sem qualidade de vida, sem esperança de mudança...
longe de mim opinar se se deve ou não conceder esse desejo ou em que situações ou a quem se deve permitir aceder a esta "ajuda". porque no final, com ajuda ou sem ela, é sempre uma decisão pessoal e nós apenas poderemos caminhar ao lado dessa pessoa...
De Estefânia a 13 de Novembro de 2008 às 21:39
Pois Cidalia... a questão é mesmo essa... não sei qual seria o meu desejo se estivesse na pele daquela menina...
Tanto um lado como o outro têm argumentos validos e fortes... Mas a minha perspectiva é (e espero que seja sempre) a de quem vê a eutanasia do lado de fora... Confesso estar muito dividida sobre este tema pelas mesmas razões que enunciaste. Contudo, como são os dias de quem vive preso dentro de um corpo enfermo? Cada minuto, cada segundo, sem escapatória, deve ser uma tortura muito grande. Acho que só quem está a passar por estas situações é que sabe realmente o que é melhor para si... e quem está de fora deve esforçar-se para pôr de lado os problemas de boa consciência... saber amar e saber respeitar, é tambem saber deixar ir, por muito que doa.