Venho contar a história do Sr. Joaquim.
Não o conheci, não sei quem era, mas conto de ouvir contar.
O Sr. Joaquim preferia o lazer ao trabalho – mas não era preguiçoso.
Homem muito alegre, morava junto ao mar e começava o seu dia correndo, ou apenas caminhando, com o mar a beijar-lhe os pés.
Adorava cantar e tinha fama de bom bailarino.
Nunca ninguém viu o Sr. Joaquim fumar - dizia que cheirava mal e que manchava os dentes.
Bebia o seu copo de vinho, ou a sua cerveja, de quando em vez. Bebia sempre muita água e adorava leite.
O Sr. Joaquim era magro, comia pouco e preferia sempre o peixe, os legumes e as frutas. Raramente comia carne – dizia que se sentia pesado. Adorava cenouras e laranjas.
O Sr. Joaquim era homem de fé, fervoroso devoto de São Paulo, a quem dizia dever muito.
Com bom aspecto, culto e bem-falante, coleccionou muitas paixões – todas magras, acima dos 25 anos, alegres e muito carinhosas. Casou aos quarenta anos, teve cinco filhos e netos sem conta.
Gostava de passear e de viajar, conhecer outras terras, outras gentes. Via muitos filmes, lia muito e dizem que gostava de escrever poesia – porém nunca ninguém conseguiu ler nenhuma.
Bem disposto e activo, seguiu sempre o seu estilo saudável de vida - como todos os outros, acabou por morrer. Mas tinha cento e cinco anos.
FCC
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