O ser humano, como animal que é, facilmente estabelece laços afectivos e emocionais com animais de outras espécies. A razão da aproximação e do desenvolvimento de afectos poderá estar na beleza, na inteligência, ou na necessidade de companhia.
Bolinhas redondinhas e peludas são, normalmente, os que levamos para casa e que se tornam os nossos amimais de estimação, que necessitam de ser alimentados e educados, recebendo o nosso carinho e dedicação.
Os animais têm, para muitas pessoas, a capacidade de diminuir a solidão, tornando-se seus interlocutores, ou mesmo confidentes, recebendo, no final do dia, a descrição do que aborreceu ou do que alegrou o seu dono.
Nos momentos em que nos sentimos completamente incompreendidos pelos que fazem parte da nossa raça, parece que aquele a quem chamamos Gião, ou Mia, nos entende perfeitamente e que, com uma lambidela, tenta curar a mais feia das feridas emocionais. É verdade que com tão pequeno gesto podem fazer o seu dono sentir-se mais feliz.
Nunca deveremos esquecer que os animais são isso mesmo: animais, e por isso podemos amá-los até ao limite dessa condição, sendo felizes com a sua presença e ficando tristes com a sua partida. Por isso, não devemos ter vergonha de chorar quando perdemos um animal de que gostamos, que esteve incondicionalmente ao nosso lado e nos dedicou a sua lealdade.
No extremo, os animais poderão ser a única companhia de um ser humano, a razão de uma existência, a presença que assegura a sensação de ser amado, de ser querido. Não é questionável o quanto poderemos aprender com os animais. Podem de facto ser muito importantes e desempenhar papéis fundamentais no desenvolvimento do ser humano.
Muitos são os que guardam recordações de momentos inesquecíveis que passaram com animais. Eu sei que guardo…
Susana Cabral