“Há um remédio para as culpas: reconhecê-las.” - Franz Grillparzer
“A principal e mais grave punição para quem cometeu uma culpa está em sentir-se culpado.” - Séneca
Segundo o dicionário, a culpa é “um sentimento de responsabilidade e remorso por uma ofensa, crime, erro, quer seja real ou imaginária”. Contudo, culpa é muito mais que isso… É um sentimento que faz parte da condição humana, que provoca grande dor, tristeza e sofrimento naquele que se sente culpado, ocorrendo assim, um julgamento interior.
A culpa surge quando detectamos que erramos, ou reprovamos algumas das nossas acções ou pensamentos.
Muitas vezes o ser humano não consegue lidar com a própria culpa, limitando-se apenas a omiti-la, vivendo uma dor solitária e não compartilhando com ninguém, por vergonha do seu acto que é, por si, reprovável. Temos medo de ser apontados, de ser reprovados!
A culpa é uma reavaliação de um comportamento passado visto como reprovável.
É importante saber reconhecer a culpa e saber lidar com ela; contudo, no ser humano surge uma incapacidade de lidar com o erro, uma lamentação interior daquilo que já ocorreu.
Surgem também falsas crenças (verdades em que acreditamos), convicções que nos levam a ter culpa e que, na realidade, podem não ser verdade. É importante a sua desmistificação, ou seja, estar atento à realidade, aperceber a falsa convicção.
Todos já sentimos culpa, esporadicamente, mas existem pessoas que vivem constantemente com a culpa. Carregam uma cruz e não conseguem “ver-se livres dela”. Será que são mesmo culpados? Ou vivem com uma falsa crença?
A culpa é muito subjectiva, é uma avaliação pessoal que fazemos do nosso acto passado. Será que essa avaliação é fidedigna? Que legitimidade temos para nos culparmos?...
Liliana Pereira
(Foto: Konchilis’ sni, de Eliara)
Link deste ArtigoPor Mil Razões..., às 11:22  Comentar