Existem situações que, de tão bizarras, transformam a envolvente dramática do suicídio em episódios, no minimo, engraçados.
Atente-se que eu falo de "situações" e não de "pessoas".
Não conseguiria nunca focar-me numa pessoa e brincar com um tema tão delicado como o suicídio, mas atentando nas situações não resisto a trazer para este espaço, dois casos.
Uma mulher, cansada da indiferença do marido, resolve chamar a sua atenção atirando-se da janela do quarto. Para que a chamada de atenção fosse ainda mais traumatizante, para o marido, resolve fazê-lo justamente quando ele fosse a passar. E assim, num dos regressos a casa, ele leva com a mulher em cima. Teria acabado muito mal se a janela não fosse apenas da altura de um rés-do-chão elevado.
Nestas circunstâncias a mulher acabou em tribunal acusada, pelo marido, de tentativa de homicidio.
O outro caso, passou-se nos EUA neste período de crise financeira. É portanto, muito recente.
Os técnicos de recuperação de crédito de um banco foram executar a hipoteca de uma casa de uma senhora idosa, que vivia sózinha por não ter familia.
Com o desespero e ainda na presença dos bancários, a senhora esfaqueou-se e queria morrer. Os técnicos impediram-na de completar o acto e, sensiveis ao drama, resolveram perdoar a dívida.
A ironia da história é que a senhora, agora com casa, vai ter que viver num lar porque a assistente social fez um relatório onde informa que ela não tem condições para viver sózinha.
Cidália Carvalho
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