7.8.09


 


No carrossel da vida há sentimentos sublimes. E, por serem tão belos, é difícil acreditar que existem quando nunca os sentimos na pele. Quando trazemos o amargo nas vivências e uma dor profunda na alma, vazia de afectos e calor.

O amor, que valida a existência, parece perdido no triângulo das Bermudas; uma miragem para uns quantos afortunados e uma utopia para os restantes.

 

Buscamos a plenitude, a paz de espírito que nos segredará as palavras mágicas e zás, ficamos instantaneamente felizes. Achamos nós, incautos. Caminhamos nessa busca, muitas das vezes, sozinhos. Sem directrizes nem planos de voo. Sem alguém que nos faça rodopiar. Sem amigos.



Os amigos são o abraço no meio do caos, são a força e a serenidade.

Os amigos dizem quem somos. Amam-nos pelo que somos. Tal e qual.

Os amigos são a parte de nós que não nos deixa desistir. São a luz durante a travessia.

Os amigos são o sorriso e as lágrimas. A partilha da dor e das maiores alegrias.

Os amigos são o bálsamo da alma.

 

E, quando caminham connosco, tornam a viagem mais excitante e segura. Não enjoamos nem temos medo. Mentira, temos medo sim, mas já não estamos vazios. O afecto com que nos revestem a alma, enche-nos de coragem e resiliência para seguir em frente. Ainda que doa.

 

P.S.: E não vale a pena dizerem-me “Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és”. Oh meus amigos, até Judas tinha amigos irrepreensíveis…

 

Alexandra Vaz

 
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Link deste ArtigoPor Mil Razões..., às 12:52  Comentar

De ©Marcolino Duarte Osorio a 7 de Agosto de 2009 às 14:48
A Amizade, mas aquela amizade cúmplice por desinteressada, sei que é raro existir actualmente, numa sociedade em que, entre pais e filhos, esse sentimento de afectos reciprocos deixou de existir para dar lugar à conveniência do momento...

Se sei de que falo?

Tinha 10 anos, acabadinho de entrar no 1º ano do Liceu, muitissimo assusrado com os "grandes", alguns quase da mesma idade, quando fui abordado por um magrizela, trinca espinhas como eu, quase tão grande como eu, com os seus 11 anitos de idade e já no 2º ano do Liceu. Perguntou-me quem eu era. Apresentamo-nos um ao outro, como fazem os putos nestas circunstâncias.

Eramos de classes sociais bem diferentes. Ainda hoje temos feitios bem diferentes. Resolvemos ser, continuamos a ser, e seremos grandes Amigos até à hora da morte.

Fizemos o Liceu juntos. Andamos na guerra colonial juntos. Uma bela manhã, estava a sair de Oficial de Dia quando se me apresenta um Furriel Miliciano, que vinha de outra unidade do mato. Ficamos especados a olhar um para o outro. Trocadas as saudações militares, caimos num abraço fraternal, já de muita e grande amizade.

Somos amigos há 57 anos...!

Sem nos darmos conta vivemos sempre muito perto um do outro. Hoje, moramos no mesmo bairro, eu com 67 anos e ele com 68, continuamos Amigos, continuamos a confraternizar quase que diáriamente e, um de nós, tem que cumprir o combinado quando eramos adolescentes: Aquele que morrer primeiro, quem cá ficar, não pode chorar. Tem que rir. Tem que recordar as traquinices e, nada de lágrimas!

Diáriamente assistimos ao envelhecer um do outro.Guardamos segredos um do outro até sermos metidos na cova. Somos dois velhos muito cúmplices. De tal forma o somos que passamos, inumeras vezes, como irmãos de sangue.

Amizades como esta, juro-vos que nem entre irmãos!

A Amizade não tem explicação!

Marcolino

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