Foto: Sea - 12019
O Mar, com os seus mistérios naturais, com os seus encantos e seus perigos, é um rico e fértil território para o desenvolvimento de mitos e lendas. Tal deve-se, por um lado, ao mistério e ao desconhecido que habita nas suas paragens longínquas e, por outro lado, à própria imaginação do ser humano.
Há muito que se ouvem histórias sobre monstros e criaturas marinhas, fantasmas que assombram os oceanos. Podemos destacar na “Odisseia” o episódio das sereias encantadas, que, com os seus cantos, levavam homens e almas para o fundo do Mar; o célebre mistério do triângulo das “Bermudas” em que navios e embarcações misteriosamente desapareceram; a história ou mera lenda sobre a “Atlântida”, esse antigo continente que teria formado uma ligação entre a Europa e a América; o fenómeno das marés, influenciado ou não pela Lua, que ainda não foi totalmente explicado. Fonte contínua de vida e de inspiração para o Homem, o Mar guarda mistérios insondáveis e esconde dentro de si múltiplos segredos.
Pouca ou nenhuma gente saberá dizer o que se esconde nas suas profundezas, mas, seguramente, constituirá sempre um mistério algumas das formas de vida dos animais e plantas que nele vivem. Ainda bem! Sem ele - até porque nos brinda com o melhor dos nossos alimentos - o Mundo em que vivemos seria inconcebível. São os seus mistérios que o tornam ainda mais enigmático. Sua grandiosidade, sua força incomensurável, sua beleza natural, sua inesgotável fonte de recursos têm inspirado, ao longo dos tempos, obras-primas da literatura e da poesia. Cada mistério que dele se desvenda parece ser um milagre da “Natureza”. Amorável e austero, guia da humanidade, foi ele que embalou o berço do Homem e que em seguida o despertou para os grandes feitos, sugerindo-lhe as primeiras noções do Universo.
Pode afirmar-se que o Mar tem muito da natureza humana. Mas cuidado, o Mar também inspira respeito e muito! Por isso, deixemos de o agredir e de o tratar tão mal, como vem acontecendo nos últimos anos, com o lixo para ele lançado. O Mar só causa problemas a quem não o respeita e, para evitar esses perigos, basta respeitá-lo. Saibamos, por isso, respeitá-lo para podermos continuar a sonhar e a desfrutar dos seus encantos e mistérios.
José Azevedo