Foto: Our Planet On A Palm – Виталий Смолыгин
O Tempo… de que matéria é feito o Tempo? Conseguiu a ciência demonstrar que o tempo se esgota? Porque nos rendemos tanto perante um Tempo se este é eterno? Porque corremos tanto contra um Tempo, se nós somos o próprio Tempo?
Tempo é conceito… um signo criado pelo Homem ao qual se atribuiu um significado. Será do Tempo passado que sentimos saudade? É do Tempo futuro que temos medo? Um medo que nasce no Tempo presente com medo do desconhecido…
O Tempo não existe… existe eternidade, e a eternidade não se explica… a eternidade sente-se… sintam a eternidade em cada respiração profunda… em cada brisa… em cada flor que renasce… em cada estrela… em cada gota de água… em cada um de nós…
Todos nós somos a Eternidade… todos nós somos fruto da criação…
O Homem não é religião… o Homem não é Raça… o Homem não é Crença… o Homem não é Luta… Sofrimento… Dor… Vingança… Diferença… o Homem não é Superior…
Se superioridade existe, o Homem habita neste momento o mais baixo patamar de inferioridade… o mais baixo patamar da intolerância, da fragmentação, do caos… o Homem que julga tudo controlar… mas o Homem não é Deus… o Homem é uma criação… é energia… é espírito…
Ao Espírito foi dado um corpo… ao Espírito foi dada uma visão… e o Homem deixou-se cegar… deixou-se perder pelo caminho… deixou-se adormecer… deixou-se afastar da eternidade…
Liguem a televisão… procurem por informação… o que encontram? Encontram o fruto da cegueira… encontram o fruto do desvio… será que somos apenas isto? Será que somos apenas Guerra? Corrupção? Racismo? Xenofobia? Segregação? Ego? Dinheiro? Poder? Inveja? Rancor? Raiva? Ambição? Futilidade? Superficialidade? Aparência?
Agora saiam lá fora… tentem encontrar-se algures por entre este mundo que tornamos louco e insuportável… viajem até ao centro de um jardim… desapareçam por entre a Natureza… desliguem-se dos telefones… desliguem-se da Internet… desliguem-se do que é material… e agora observem o Mundo sem a venda… observem o Mundo não apenas com os olhos físicos mas com o olhar da Alma…
Façam a pergunta a vocês mesmos… seremos apenas isto? Olhem em redor… olhem para tudo o que nos foi oferecido… olhem para a vida que nos rodeia… seremos tão ignorantes ao ponto de acharmos que somos o centro do Universo? Que perante esta imensidão de vida e energia somos os únicos iluminados a quem foi dada a bênção da vida? Será tudo isto um enorme acaso? Porém, acaso com uma complexidade que ultrapassa a compreensão Humana… e seria este o nosso desígnio? Tanta vida paga com Destruição? Tanta vida desperdiçada com Ódio?
Temos que ser mais do que isso… temos que voltar ao nosso caminho… temos que recuperar a visão… temos que procurar incessantemente a resposta para a pergunta “O que somos?”, “Qual o nosso papel nesta imensidão?”, “Para onde vamos”… e para onde vamos não existe Tempo… existe amor, um amor que não é mensurável... uma compaixão inqualificável… um sentimento de que todos estamos interligados e fazemos parte de um todo… todos somos um… quando o corpo físico se extinguir ficaremos apenas nós… da forma que realmente somos… sem máscaras… sem filtros…
Mas enquanto não despertamos para a eternidade, porque não começar já por treinar o Amor? Porque não elevar-nos a algo melhor?
O Tempo… esse não existe, porque a eternidade… somos nós…
P. Melo