26.1.14

 

O Universo de cada uma das nossas cabeças é semelhante a um comboio de alta velocidade, um TGV que não permite atrasos para chegar aos destinos. Não tens a sensação de andar sempre a correr? Não é só para apanhar o autocarro ou para chegar a horas ao emprego de sempre… A nossa mente não para e, com ela, o nosso coração bombeia, o sangue esvai-se nas veias, aquece os membros e músculos, obriga-os a mexerem-se. A correrem.

Para no fim chegarmos a um deserto qualquer de Morte.

Não faz sentido. Há atos que não fazem sentido. Mas ainda assim o caminho é irreversível, o que vais fazer, parar a meio?

Por exemplo. Porque não?

Vivemos uma época que tudo tem de ser alimentado de uma forma intensa: o amor tem de ser intenso, a carreira tem de ser brilhante, a casa tem de ser excelente, o filme no cinema tem de valer a pena, os estudos têm de ter continuidade. Tudo tem de. Acabamos, por vezes, projetos que lutamos arduamente e olhamos para resultados e é como se não existissem (à primeira vista). E esgotamos. E derreamos. Sentamos na margem do trajeto e não sabemos que fazer.

Não tens de saber. Não faz mal que não saibas. Por vezes é bom respirar fundo, tão e somente. Apreciar os lados adjacentes dos percursos, observar algum caminhante que passa por nós. Cantar uma música que nos vem à memória. Chorar lágrimas e lágrimas sem fim.

Não faz mal. Não tenhas pressa. Não acredites em tudo o que lês nas cartilhas, na Internet, na vida dos outros exposta numa qualquer página pessoal de coisa nenhuma. E se acreditares, que se lixe isso! Suspira, sorri e nem penses em nada. Dá-te ao luxo de parar. De fazer um intervalo. De não teres para já todas as tuas respostas, todas as soluções, todos os resumos, todos os sonhos concretizados. Estou em crer que amanhã os sonhos até podem ser outros.

Não tenhas febre em ser um transporte veloz. Se houver dias que queres ser apenas uma diligência, sê-o. Uma carroça. Se quiseres só um cajado para andares a pé, não receies que o caminho continuará lá. Por isso, se te sentares na primeira pedra que encontrares no caminho e não quiseres pensar em mais nada, não penses.

O Destino deu-te a Vida para a viveres – e vivenciares – da melhor forma que sabes. E a essência da Alma está aí mesmo: descobrires o seu esplendor na sua verdade, cansada ou não. 

Que a precipitação de um comboio não seja o descarrilamento de um Mundo que só tu és responsável. Cuida-o com carinho.

 

Sofia Cruz

Link deste ArtigoPor Mil Razões..., às 07:00  Comentar

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