
Estamos em Portugal, país à beira-mar plantado, de clima temperado, que se aproxima do clima mediterrânico à medida que nos encaminhamos para sul. Desde que passou a haver o conceito e o gozo de férias – há cerca de 75 anos – que Portugal faz férias no verão, mais ou menos generalizadamente.
Férias!
Praias, mergulhos, banhos de sol, festas e romarias, festivais de todo o tipo de música e para todo o género de pessoas, chegada dos nossos emigrantes na Europa, ar livre, churrascos e sardinhadas, escape. Encontros e reencontros. Dinheiro extra, consumo adicional. Relaxe e recarga das energias. Que bom, férias!
Férias?
E se não tiver trabalho, se estiver desempregado? E se não tiver dinheiro, mesmo sem ser extra e, portanto, não puder mudar de ares, para os encontros e reencontros e apenas sobrar a vontade de desaparecer, de se fazer desencontrado?
Se o verão for igual, ao inverno e ao outono e a tudo, ou melhor, a nada?
Tanta pergunta. É, estamos em Portugal, comecei por precisar, e além de umas adivinhas, mais parece que estamos numa montanha-russa: sobe devagarinho, quase a parar, logo desce vertiginosamente; vira para um lado, vira para o outro e quando a engrenagem para, voltámos ao mesmo sítio.
Só que Portugal, de férias ou não, não é um parque de diversões. Pois não?
Jorge Saraiva