Será um pássaro…? Será um avião…? Não, … é o Super-Homem!!
Pois é, o Super-Homem é ele e mais nenhum, isto é, há só um.
Para se ser cidadão tem que se viver na “cidade” (ser um vulgar Clark Kent), em comunidade. Na estrutura da sociedade ocidental atual, a cidadania está ligada a direitos tendencialmente universais. Quer dizer, todos nós, homens e mulheres em idade adulta, temos o direito a exercer integralmente a cidadania.
Para que cada cidadão de per si possa usufruir e exercer os seus direitos de cidadania é essencial que ele próprio e todos os outros cumpram os deveres correspondentes.
Assim como, ao que sei, ainda não foi inventada a moeda de uma só face, também não há direitos sem os correspondentes deveres.
E quais são os deveres de cidadania?
Em termos gerais diria que o cidadão tem o dever de contribuir para que a sua cidade, as suas comunidades, o seu bairro, o seu prédio, se desenvolvam harmoniosamente, sustentadamente.
Mas a vida está tão má, as dificuldades aumentam todos os dias, como é que eu vou, com esta situação, ainda ter cabeça, vontade para pensar em “cidadania”? Isso é coisa de quem não tem mais que fazer, de diletantes mais ou menos idealistas.
Acha que sim?!
Qual a dificuldade em deitar o lenço de papel ou o invólucro do maço de tabaco ou o folheto, que acabámos de aceitar receber em mão, num caixote do lixo? Mais difícil ainda: num ecoponto? Compare-se com o desperdício, com o prejuízo, com a comodidade (geradora de desconforto, no mínimo) de lançar esses produtos usados ou inúteis diretamente para o chão. Multiplique por um milhão.
O que custa apanhar alguns folhetos publicitários espalhados pelo chão perto das caixas de correio do meu prédio e depositá-los no local próprio?
A cidadania, o seu exercício equilibrado de direitos e deveres tem a ver com o dia-a-dia, é simples, não tem que ser adiada.
Provavelmente acabaram de lhe ocorrer mais duas ou três coisas ligadas ao exercício da cidadania a que tem direito e que pode e deve praticar (assim como todos os outros podem, mas comecemos por nós) e que tornam a nossa vida mais segura, mais livre, mais responsável.
E não, não é preciso ser o Super-Homem, ter superpoderes, nem viver no “Paraíso”.
Jorge Saraiva (articulista convidado)