Há almas que são natural e constantemente boas, ou seja, bondosas. Como a palavra indica, quase só têm sementes do bem dentro dos seus corações. Não quero com isto dizer que também existam almas que só sabem utilizar a maldade... Digamos que essas são almas sofridas...
A bondade é espalhada por aqueles que amam, que não pensam só em si, mas também nos outros, por aqueles para quem a felicidade só pode ser completa com o acto de dar: dar afectos, dar palavras de consolo, dar um olhar de preocupação, dar um prato de sopa, dar um abraço... enfim... dar uma semente que possa desabrochar em sorriso e esperança.
Não resisto a colocar aqui um excerto de uma grande obra – O Principezinho, de Exupéry: “Este homem é bem capaz de ser disparatado. Mas é bem menos disparatado do que o rei, do que o vaidoso, do que o homem de negócios e do que o bêbedo. Ao menos o trabalho dele tem um sentido. Quando acende o candeeiro, é como se fizesse nascer uma estrela.” É assim que considero uma pessoa bondosa no nosso mundo: um acendedor de candeeiros, ou de estrelas, um agricultor de sementes de esperança e felicidade, uma pessoa com o dom de fazer do outro um ser humano único e especial, porque foi notado, porque foi olhado, porque foi amado.
Ana Lua