13.10.09

 


 

A velhice, sendo o período da vida no curso do qual algumas funções diminuem progressivamente, é um acontecimento incerto, porque não se sabe se a pessoa viverá até ficar velha.

 

Simone de Beauvoir fala da velhice como um conceito abstracto, uma categoria socialmente construída que serve para referir o período de vida em que as pessoas ficam velhas. Enquanto estereotipo facilmente reconhecível, enquadra uma categoria de indivíduos cujas características relativamente homogéneas, são normalmente identificadas com o isolamento, solidão, doença, pobreza e mesmo exclusão social. Contudo, ao atingir a fase final do ciclo de vida, o que a maioria de nós espera é envelhecer com segurança, dignidade e que continue a participar na vida em sociedade e exercendo os seus direitos.

Apesar disso, podemos verificar que estas pessoas dispõem hoje de maiores possibilidades de sobrevivência, têm mais saúde, mais meios económicos, culturais e sociais, maior difusão de infra-estruturas de apoio médico e maior diversidade de terapêuticas. Como consequência, gozam de mais anos para viver. São portadores, também, de um capital de informação incomparável que, se o valorizarmos, terá maior impacto nas gerações mais jovens.

Mas o que é então ser velho nas sociedades modernas? A velhice como categoria social pode dizer-se que ficou institucionalmente fechada nas fronteiras de um limiar de idade fixo, cujo acesso é reforçado pela detenção de uma pensão de reforma. Sendo esta – a reforma – também uma forma de exclusão social quando atribui o estatuto desvalorizado de “reformado”.

 

Dizem que ser velho é ser lento, sem memória para as coisas do dia-a-dia, refilão, triste, aborrecido, enfim… um chato! Mas… não! Ser velho, apesar de ser idoso e ter saber de viver, é chegar onde, provavelmente, muitos nunca chegam.

Ser velho é ser solidário com os mais novos, ter mais paciência para as crianças, é ser feliz por pertencer aos filhos, aos netos, aos outros, é ter a idade da inocência, do saber das histórias, aquelas que a vida ensinou, é ter a sabedoria de todos os almanaques do mundo.

Ser velho é ser maior, é ser amigo, é ter um brilhozinho nos olhos por ver os outros felizes e dizer que ama mesmo sem receber nada em troca.      

Ser velho é uma meta para todos nós, mas nem todos lá vamos chegar.

Que pena não ter a certeza de um dia ser velha!!

 

Ana Santos


 

Temas:
Link deste ArtigoPor Mil Razões..., às 07:50  Ver comentários (3) Comentar

Pesquisar
 
Destaque

 

Porque às vezes é bom falar.

Equipa

> Alexandra Vaz

> Cidália Carvalho

> Ermelinda Macedo

> Fernando Couto

> Inês Ramos

> Jorge Saraiva

> José Azevedo

> Maria João Enes

> Marisa Fernandes

> Rui Duarte

> Sara Silva

> Sónia Abrantes

> Teresa Teixeira

Outubro 2009
D
S
T
Q
Q
S
S

1
2
3

4
5
6
7
8
9
10

11
12
14
15
17

18
19
21
22
23
24

25
26
27
29
30
31


Arquivo
2019:

 J F M A M J J A S O N D


2018:

 J F M A M J J A S O N D


2017:

 J F M A M J J A S O N D


2016:

 J F M A M J J A S O N D


2015:

 J F M A M J J A S O N D


2014:

 J F M A M J J A S O N D


2013:

 J F M A M J J A S O N D


2012:

 J F M A M J J A S O N D


2011:

 J F M A M J J A S O N D


2010:

 J F M A M J J A S O N D


2009:

 J F M A M J J A S O N D


2008:

 J F M A M J J A S O N D


Comentários recentes
Entendi a exposição, conforme foi abordada mas, cr...
Muito obrigada por ter respondido ao meu comentári...
Obrigado Teresa por me ler e muito obrigado por se...
Apesar de compreender o seu ponto de vista, como p...
Muito agradecemos o seu comentário e as suas propo...
Presenças
Ligações