Às 9h, o Pequeno Auditório do Rivoli, gentilmente cedido pela Câmara Municipal o Porto, estava pronto para receber os participantes, na sua maioria estudantes, para assistirem a mais um simpósio Mil Razões…, sobre Os Caminhos da Solidão.
Na régie ultimavam-se as afinações técnicas.
O Dr. José Ferreira dos Santos do Secretariado Diocesano da Pastoral Social e Caritativa - Diocese Porto, subiu ao palco para dar início aos trabalhos.
José Ferreira dos Santos
O Mestre Rui Duarte, da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental - Porto, apresentou o seu trabalho sobre solidão, elaborado junto de um grupo de pessoas dos 20 aos 51 anos. O grupo estudado é muito especial porque se trata de pessoas com deficiência mental. O resultado do estudo foi surpreendente pela “normalidade” das respostas. À pergunta: “O que é a solidão?”, 50% deles não sabia dar uma definição, os outros 50% deram a definição do dicionário. Curiosamente verificaram-se as mesmas percentagens quando o Mestre Rui Duarte fez a mesma pergunta à assistência.
Surpreendentes foram as respostas dadas à pergunta: “O que sentes quando estás sozinho?”. “Medo”, “Não gosto”, “Sinto-me bem”, foram algumas das respostas. Um dos entrevistados referiu que sentia que estava a escrever à mãe...
Rui Duarte
O Padre Lino Maia tipificou as várias solidões: o isolamento das pessoas do interior, os bairros sociais, os desempregados, os doentes e os idosos. Pôs a tónica nos afectos como remédio para a solidão.
Lino Maia
O Mestre Ivandro Soares Monteiro mostrou-nos como o funcionamento fisiológico pode ser potenciador da solidão.
O Professor Abílio de Oliveira terminou o Painel da Manhã de forma brilhante, convidando-nos a ouvir, em silêncio, músicas dos The Cure e dos Joe Division. A música era acompanhada de imagens fortes de jovens que, desafiam a morte para conquistar a vida...
Rui Duarte, Alexandre Teixeira, Ivandro Soares Monteiro e Abílio Oliveira
O Painel da Tarde, moderado pelo jornalista Carlos Enes, começou com o Professor José Eduardo Rebelo que nos lembrou a necessidade de fazer o luto para que o ente querido, perdido, se instale como doces e suaves memórias.
José Eduardo Rebelo
O Professor Carlos Mota Cardoso, tranquilamente, falou-nos de estados tão fortes como a morte, a comunicação e a solidão sentida, ainda que, e paradoxalmente, muitas vezes não estejamos sós.
Carlos Mota Cardoso
Emocionante, foi também a história de José, personagem de uma das histórias do livro do Professor José Machado Pais, para o qual a solidão existe porque, simplesmente, existe o desencontro...
José Machado Pais
O Professor Pinto da Costa trouxe-nos a visão de que, no Século XXI, o Homem vive comprimido num quadrado cujos lados são a prostituição, a droga, o tráfico de influências e o tráfico de armas e que, para a sobreviver, o Homem, está cada vez menos humanizado e mais mecanizado.
Pinto da Costa
José Machado Pais, Carlos Enes, Pinto da Costa e Carlos Mota Cardoso
Os trabalhos encerraram com a intervenção da Dr.ª Matilde Alves, Vereadora da Câmara Municipal do Porto e Presidente do Conselho de Administração da Fundação Porto Social.
Matilde Alves
Cidália Carvalho