25.10.13

 

O presente artigo intitulado “Sexo: necessidade ou desejo?” insere-se na temática mensal do blogue Mil Razões… sobre sexualidade. A metodologia baseou-se no aprofundamento dos conceitos satisfação, necessidade e desejo, como alicerces comportamentais da natureza humana no que concerne a sua atividade sexual. A reflexão sobre as experiências vividas e criatividade racional foram os métodos que sedimentaram a ideologia contida neste texto.

A grande limitação reside no desconhecimento imposto pela complexidade do tema, embora pareça tangível e assim fácil de abordar, ignorância essa superada pelo exercício de abstração e tentativa de interpretação da sexualidade e comportamento humano no contexto das ciências económica e de gestão, facilitaram a formação desta preposição.

Esta reflexão é uma descoberta ainda que de forma tímida por respeito a diversidade e liberdade de raciocínio das pessoas, que induz a uma discussão em torno da sexualidade numa ótica tradicional (necessidade) intrinsecamente ligada a natureza das espécies em geral e humana em particular, ou numa ótica contemporânea assente na reivindicação das liberdades e direitos (desejo).

A necessidade é um estado de carência emanada pelo organismo em resultado de algum desfuncionalismo harmónico no funcionamento normal do sistema. Os órgãos de sentido encarregam-se de emitir sinais a indicarem a ânsia de obterem do meio externo alguma solução que satisfaça momentaneamento esse défice. Ao seu redor e em julgamento próprio o Homem poderá selecionar os instrumentos adequados para satisfazer tal necessidade.

À luz da pirâmide da hierarquia das necessidades, o sexo é uma necessidade básica de segundo nível, suscitada depois de satisfeitas as consideradas necessidades fisiológicas ou vitais. A sua prática contribui para o equilíbrio físico, emocional e mental, evitando situações de desconforto originadas pelo stress, ansiedade, indisposição, autoestima, beleza facial, etc.. Para além dos resultados acima descritos como benéficos da prática do sexo, embora de dimensão secundária, a reprodução destaca-se como o principal impacto da sua prática mediante condições previamente criadas para o efeito. Este facto pode induzir a constatação segundo a qual na consecução dos benefícios imediatos da prática do sexo, pode resultar a reprodução dos seres.

Enquanto que o desejo é uma decisão consentida e deliberada em como poderá ser satisfeita essa necessidade, exigindo para tal alguma racionalidade mais ou menos elaborada em função da escassez de recursos, soluções e instrumentos existentes, e eficiência requerida para otimização do seu uso com vista a obterem-se resultados bem conseguidos e conquistados. Considerando a diversidade, relatividade das opções e respetivo julgamento da ação incorrida por cada ser, observa-se o egoismo instintivamente seguido pelo agente.

A orientação de cada indivíduo desponta como o padrão comportamental que rege a sua interação com os outros inseridos na respetiva sociedade. O padrão de companheirismo que se compadece com cada um será reflexo das suas opções induzidas pela equilíbrio entre procura e oferta que se verificam nesse mercado.

Voltando-se a hierarquia das necessidades humanas que estabelece a matriz das necessidades seguidas pelas pessoas, embora seja cético quanto ao rigor de sua sequência a partir de um certo nível, um adequado equilíbrio na concretização das necessidades anteriores e posteriores são elementos preponderantes para um bom desempenho da necessidade sexual. Uma alimentação adequada, observância do sono, estilo de vida, prática de exercícios regulares, sucesso profissional e condição financeira, são alguns desses fatores que condicionam a eficácia e eficiência da atividade sexual.

 

António Sendi


Link deste ArtigoPor Mil Razões..., às 06:00  Comentar

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