3.9.13

 

Estas linhas de reflexão livre e espontânea corporizam um retrato de experiências vividas em diferentes dimensões, com ênfase para a atividade de pesquisa, com intuito de contribuir para o enriquecimento do debate em torno deste conceito, antes, longe ser um tema acabado é um constructo em estado latente e constante evolução.

A reflexão objectiva, perceber o ponto de convergência e o grau de relacionamente causístico entre conceitos largamente aplicados e semânticos, tais são informação, formação e conhecimento. E a verdade, qual o seu posicionamento nessa trindade? A ciência como o instrumento racional da humanidade; qual o seu contributo neste debate? Estas e outras questões são as vertentes que irão orientar este percurso de análise imperfeito, diga-se, por deixar de fora algumas lides interessantes e imprescindíveis como a filosofia que deveria ocupar um lugar de destaque neste e outros debates, e ainda outros campos universais que queiram reivindicar a hegemonia deste(s) conceito(s).

Não poderia iniciar este artigo sem reconhecer que a informação é matéria-prima bruta da formação, ressalvando que o conhecimento resulta do processamento da informação através da inteligência - capacidade ou estado natural do ser humano quando pontifica a racionalidade, sempre que este conhecimento possa ser comprovado numa realidade e contexto próprio, tornando-o universalmente aceite.

O principal delivery da formação é o conhecimento, o denominador comum das diferenças resultantes da liberdade intelectual. Sem pôr em causa a democracia, o conhecimento é elemento central na mediação das dissidências através da emergência de consensos, ponto de inflexão para o almejado desenvolvimento intelectual. A condição primordial para a capitalização do conhecimento é a operacionalização de uma plataforma de geração e transferência livre de conhecimento. A este nível, a gestão do conhecimento figura como uma disciplina da gestão catalizadora do processo de reprodução, geração e disseminação do conhecimento. A vitalidade do conhecimento reside na sua ampla divulgação socorrendo-se das facilidades trazidas pelas TIC, onde a maior proeza dos agentes desse processo reside na participação ativa na advocacia e aplicação prática do conhecimento, este último estágio afigura-se crucial para a sua validação e retroalimentação em função do imprescendível feedback que obtém-se da interacção com as outras pessoas.

A consolidação da formação é um itinerário de longo prazo que consubstancia-se no compromisso com a descoberta, com a verdade que sendo ela infinita incita a renovação da formação, em ato contínuo proclama a independência relativamente aos hábitos e costumes até então vigente, ou até no limiar o conhecimento natural que pode não se configurar necessariamente em dogma.

A busca da verdade deve ser um ato contínuo, nunca um ato isolado, uma forma de ser e de estar. Esse comportamento enceta a rutura do (1) status quo, (2) da indiferença perante fatos e (3) da ingorância ou negação de sua própria existência. A intrusão da rocha é em si um ato de descoberta na crença de encontrar-se outra formação natural que não seja a litosfera, o inconformismo no seu ponto mais alto.

Se considerarmos que o conformismo não impulsiona o alcance da verdade genuina, então importa diferenciar duas dimensões ou estados do homo sapiens sapiens: aquele que detém quantidade ou qualidade de informação. Claramente a quantidade de informação não é sustentável a longo prazo, avaliado pela utilidade prática no processo de tomada de decisão. O elemento diferenciador destes dois estágios de desenvolvimento intelectual com impacto a nível comportamental do indivíduo é a maturidade da inteligência, que atua como filtro de retenção da qualidade de informação formando uma pessoa com ideias e crenças próprias, daí a preciosidade do capital intelectual ser um recurso único e diferenciador.

 

António Sendi (articulista convidado)


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