I Walk the Line
I keep a close watch on this heart of mine
I keep my eyes wide open all the time
I keep the ends out for the tie that binds
Because you’re mine, I walk the line
(Johnny Cash)
Ando na Linha
Fico de olho neste meu coração
Mantenho os olhos bem abertos o tempo todo
Procuro não arrumar confusão
Porque tu és minha, ando na linha
Viver é um constante – umas vezes calmo, outras vertiginoso – tomar de opções.
Viver é, a um tempo, um aceitar e tirar partido do que a vida nos vai proporcionando, para logo ser uma luta por algo que perseguimos para nós e para os nossos. É uma luta duradoura, demorada para atingirmos momentos fugazes de felicidade.
Viver é pisar o risco. Tomar opções.
Qualquer pessoa tem o direito, quase que a obrigação, a lutar pela sua felicidade, pela conquista dos seus objetivos, que lhe tragam sensações de plenitude.
E quando a vida nos põe perante dilemas insolúveis? Na realidade talvez os problemas tenham soluções, talvez qualquer das opções que uma bifurcação nos apresenta seja um caminho correto, mas qualquer delas irá magoar, ofender, prejudicar alguém.
O que fazer? Ficamos imóveis? Desistimos? Apagamo-nos em benefício de outros? Abdicamos do que para nós é o caminho da felicidade, que nos preenche?
Temos direito ao egoísmo? A conquista dos nossos anseios, por honestos, bons que sejam, vistos individualmente, podem ser prejudiciais para outros, mesmo para pessoas próximas, das nossas relações, do nosso coração.
Há sempre soluções! Só que elas não são inócuas, terão consequências, espalham ao mesmo tempo graça e desgraça, plenitude e esvaziamento.
É verdade, e a tentação de julgarmos o outro ou de nos culparmos a nós, espreita a mínima brecha.
Mas, há que pisar o risco… que optar, seguir o nosso caminho. Por vezes dói. Pode doer mesmo muito.
Jorge Saraiva