Os caminhos percorridos, de mão dada com o vazio, são gélidos e sombrios…
Muitas são as almas que, sem saberem outra forma de vida, percorrem corredores de histórias vazias de conteúdo…
Vazias por não haver com quem partilhar.
Histórias de vidas que decorrem de uma forma incógnita por serem tão poucos, ou nenhuns, os que sabem ou conhecem o seu princípio, o seu meio ou o seu fim.
O sofrimento que fica escondido por aqueles que fingem um sorriso e o apagam sem dizer adeus…
A dor suportada de uma forma calada e conformada que acaba sem um possível aviso…
Demasiados rostos sem significado vagueiam à procura de compreensão e apenas permanecem insuportavelmente sós…
Questiono se a solidão permanente e forçada atira alguém para os braços do suicídio?
Pergunto se de um mito ou de um facto se trata, quando se afirma que a solidão é uma forma lenta de morrer?
A solidão retira a energia e a vontade de viver - será uma realidade?
Será com convicção que afirmamos que a vontade de morrer aparece naquele que não encontra uma identidade?
O desejo de sentir o último sopro, poderá ser provocado por falta de entendimento, compreensão e afecto?
Será a crença na força da natureza humana, para superar todas as dificuldades e adversidades, uma utopia?
Seja mito ou facto, realidade ou utopia, crença ou convicção, o suicídio abraça com mais força aqueles que se sentem sós e que estão sós.
Susana Cabral
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