26.2.09


 


Papéis pequeninos e coloridos, fitas compridas e encaracoladas enfeitam as ruas no único dia do ano em que todos têm permissão para “ser louco”.


Parada num muro, com as minhas orelhitas de tigre, observo com entusiasmo o desfile de máscaras, personagens e pessoas, e interrogo-me sobre a possibilidade de cada um encarnar o que gostaria, sonharia ou imaginaria ser.

Existe um dia em que se pode dar asas à imaginação, liberdade às fantasias e espaço para todas as “tolices”, em que as máscaras são personagens fictícias que cada pessoa escolhe.

 

Vemos:

Bebés deliciosamente mascarados de abelhas, coelhos, gatinhos.

Crianças, que “já sabem o que querem” e escolhem as suas fantasias transformando-se em verdadeiros super-heróis ou encantadoras bruxinhas. E vemos a mais pura das fantasias a ganhar forma na vontade, no desejo de uma criança acreditar que, por um dia, é um grande mágico e consegue tirar um coelho da sua cartola enquanto anda de bicicleta, ou que é uma princesa e acredita que tem um reino feito de doces e chocolates.

Adultos que descontraidamente se transformam em crianças, em monstros ou apenas em alguém do sexo oposto.

 

E assim…

Todos, mas todos, tem permissão para brincar, mascarar-se, fantasiar, colorir, berrar, sem o perigo inerente de ser conotado de “louco”.

Podemos transformar-nos em heróis, em princesas, em guerreiros, em bichinhos. Podemos, pura e simplesmente, ser “loucos”, fantasiar livremente, levar a vida com humor.

Rir de nós e com os outros é uma experiência obrigatória para ser vivida num dia e não um direito para a vida toda.

E assim, apenas num dia do ano, pode ser-se ou fazer-se aquilo que gostaríamos ou queríamos o ano todo.

 

Mas para mim, a maior “loucura” não é fazê-lo ou sê-lo apenas num único dia. É, mesmo querendo, não o ser nem o fazer no resto dos dias.

 

Susana Cabral

 
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Link deste ArtigoPor Mil Razões..., às 21:07  Comentar

De Liliana a 4 de Março de 2009 às 09:24
É verdade. O Carnaval é o único dia em que todos se podem transformar no que mais desejam sem ser condenados. Para mim quem mais aproveita este dia são mesmo as crianças. Elas sim gozam este dia como ninguém. Mas, no fundo, no fundo, o que eu queria era que todos os dias fossem um Carnaval...

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