Inerte é o tempo refletido em mim…
Pauso no pensamento do já passou por mim…
Agonizo a ausência de quem já foi para mim…
Remete-se ao silêncio a vontade de mim…
O que fazer,
Quando a aurora tarda em ser de novo?
Neste desprazer vivo encoberto,
Sem avanço, nem recuo,
Perco-me indefeso neste interregno
Que de mim possuo…
O que fazer,
Quando o ar já não me inspira, o alento quebrado,
Esta paragem na existência,
Em que me sinto anestesiado?
O que fazer,
Quando lá longe, vai veloz a Vida,
E eu permaneço aqui, em mim,
Como terra batida?
Cecília Pinto